quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Iyàmi Eleye

Por se tratar de um assunto de muito respeito, quero orientar ao leitor que, se mantenha nele o devido tratamento de um Awo – segredo.
Por se tratar de seres extremamente intolerantes aos seres humanos tudo que se lê ou se fale sobre elas deve se manter em silêncio absoluto em forma de reverencia e respeito, para que elas não se volte contra nós.
A posição das Iyà agbá no sistema espiritual esta atribuídas como seres de grande malevolência, que atuam durante a noite para punir os falsos e mentirosos, todo mau é ferido com sua própria maldade. Veremos no odù Osa – meji, como elas vieram fazer parte do nosso universo e entenderemos todo esse processo de poder se estabeleceu ao ponto de nenhum Irùnmolè conseguir derrotá-las.
Esta nas mãos delas a responsabilidade do mais justo sistema de justiça. Não há condenação sem um julgamento apropriado e imparcial. Se alguém apresenta uma acusação contra outra pessoa, elas considerarão todos os lados antes de chegar ao veredicto final.
Também existe um pacto feito entre Orùnmìlá, Obátàlá e as Iyàmi Eleye, pacto este que, as impedem de matar, amaldiçoar, aterrorizar ou machucar qualquer discípulo que age de bom caráter e que tenha bom coração, de acordo com a proclamação dos direitos recitados por Olodúnmàré (Deus).
Veremos também que, toda ação sofre uma reação, pois foram os seres humanos que as ofenderam primeiro, matando seu único filho. Acontece que as Iyà agbá de nome Ogborí veio ao mundo em forma mortal e suas irmãs chegaram ao mesmo tempo. A mortal Ogborí teve dez filhos enquanto que sua irmã Òsòròngà apenas um.
Um dia Ogborí necessitava de ir ao único mercado disponível de nome Oka Ajigbomekon Akota, que se localizava, na fronteira do Òrún com o Àiyé, de modo que, Ogborí pediu a sua irmã Òsòròngà que cuidasse de seus dez filhos até que ela retornasse do mercado. Òsòròngà super os protejei de modo não acontecer nada com as crianças de Ogborí.
Então é chegada a vez de Òsòròngà ir ao mercado e por se tratar de um longo percurso, também pediu a sua irmã Ogborí que cuidasse de seu único filho, enquanto Òsòròngà partia para o mercado, os filhos de Ogborí à atormentava dizendo que estavam com vontade de comer a carne de passarinho. Ogborí então já irritada com a situação diz aos filhos que buscaria o pássaro para eles comerem, mas com uma condição, que eles, não deveriam tocar se quer no filho de sua irmã Osòròngà.
Enquanto Ogborí foi ao mato atrás do pássaro para alimentar seus dez filhos, eles se juntaram com ira em cima do filho de Òsòròngà, o matarão, assaram sua carne e a devoraram. A medida que os filhos de Ogborí agrediam o único filho de Òsòròngà, seus poderes à avisaram, e já pressentindo o pior, ela retorna rapidamente a casa de sua irmã Ogborí, ao chegar constatou a morte de seu único filho, ela não conseguia compreender aquela situação, ficou desesperada, Sua cólera foi imensa, chorou muito e partiu para a floresta para viver com seu irmão Iókò, irmão este que não gosta de ser incomodado por ninguém e por esse motivo fez da floresta sua moradia.
Irókò ouviu o choro de sua irmã e quis que ela revelasse o motivo de tanta ira e tristeza. Então ela o contou como os filhos de Ogborí torturou e matou seu único filho, sem que Ogborí fosse capaz de impedi-los.
Irókó por sua vez a consolou, e lhe garantiu que partindo dos fatos relatados por sua irmã Òsòròngà, ele mesmo se alimentaria dos filhos de Ogborí.
É por isso que não se entrega crianças para Irókò, e até os dias de hoje os Yorùbá recorre a Òrúnmìlà quando a mortalidade infantil se torna fora de controle, acreditando-se que Irókò e sua irmã Òsòròngà, estariam por traz destas mortes.
Foi Òrúnmìlà que apelou por Irókò e para Òsòròngà, afim de que aceitassem o ètùtù e parassem com a mortalidade dos filhos dos leigos.
Utilizando-se de eyin, agoro, púpò epó entre outros itens. Da mesma forma que Èsù, não podemos cultuar essas divindades sem profundo conhecimento, para não sermos lesados ou acabar lesando a vida de outras pessoas. O sacerdote tem de ter a exata noção de seus limites e conhecimentos.

Bi a bá perí akoni, á fi owó lalè......

Se falamos de um espírito de caráter violento, fazemos uma marca no solo; as pessoas sentadas se levantam, por um breve momento em sinal de respeito.
E é assim que devemos agir ao mencionar as ìyàmì Èyèlè.
O relato descrito neste livro, é um resumo da imagem transmitida pelas tradições Yorùbá.
Seu primeiro aspecto se da, em mencioná-las como mulheres velhas e sábias; tendo como símbolo o igbá (cabaça) e um èyè (pássaro), usando do profundo conhecimento mágico e transformando-se elas mesmas em pássaros para realizarem assembléias noturnas, ou ainda, vigiar suas futuras vítimas.
Seu segundo aspecto, talvez o menos explorado, se da ao fato de Òlódùnmaré a transformar no Odù lógbóje , aquela que recebe o poder do pássaro.
Recebe também um igbá que simboliza o aiyé, mas por abusar de seus poderes, lhe foi tirado e transferido ao Obátala, é ele que exercerá seu poder que, embora esteja com ele ainda é controlado por elas. Existindo feiticeiros homens denominados de osó, que são menos violentos que as aje. Os dois casos são de extremo poder de magia, sendo que só as aje os usam contra seus próprios familiares.
Um pode neutralizar o feitiço do outro, tendo em vista que o código de conduta dos Osó , não os permite à enfrentar uns aos outros, sendo que as aje não respeitam este código podendo enfrentar uma outra irmã ou filho.
Outra diferença. se da ao fato de, um Osó cultuar apenas ikú e seus discípulos, quanto as aje, possuem seu próprio culto, independente de se tratar deste ou aquele clã.

Igbá – Odù

Assim com já descrito, todo iniciado deve passar pelo ide-odù ,para que ele possa iniciar outras pessoas e ter condições de olhar seu Igba’dù sem ficar cego ou perder seu equilíbrio .
O babaláwo irá a uma feira para adquirir os matériais necessários ao preparo de uma mistura na qual ele irá passar em sua orí em defesa de toda energia qual será evocada.
Todos os elementos serão moídos e separados, juntos formam uma mistura que somente os iniciados podem vê-la, ou seja, pessoas que já possuam seu Igbá’dù.
Igbá-Odù significa aquele que possui todos os Ifá, esta divindade esta representada por uma ou várias cabaças, contendo objetos sagrados e de alto custo, seu nome é raramente pronunciado; por se tratar de espíritos dos babaláwo.
Seus Orùnkó são inúmeros, assim como exemplo abaixo:
Odùlogboje: aquele que é feito de chumbo e não madeira.
Ajerereabojuojo: aquele que seus olhos estão voltados em todas as direções.
Adakinikinikara: juíza suprema distingue o bem e o mau.
Alaburaja: que ama o sangue e dele se alimenta.
Okalekotogowo: aquela que tira o que quer de acordo com sua vontade, ou seja, a ìyàgbá, Igbá – Iwa a cabaça da existência.
Representada por uma grande cabaça que contem quatro menores contendo vários objetos sagrados e de alto custo.
Representa o misterioso oculto, aquilo que jamais pode ser revelado.
Odù w ala n pe l’odù!!!!!!
Odù que não conhecemos salva-nos, símbolo do céu e da terra em união fecunda, detentora suprema de todo conhecimento.
Igba nlá a grande cabaça, simboliza a união do céu e a terra, não sendo permitido em pretexto algum a remoção de sua tampa.
O igbá nlá diferenciada das outras é confeccionada de 1 cabaça grande e 15 menores, onde cada uma receberá um nome específico.
A primeira cabaça menor é chamada de Adesi, de ordem feminina é aquela que vai e volta ( opa ra).
A segunda é Alesesi, de origem masculina;
A terceira é Alaola, origem feminina;
A quarta é Akalè, origem feminina guardião da casa.
A quinta é Bàbá aja, Osó retentor de todo o mau.
A sexta denomina-se Paya, de origem masculina é quem puni as mulheres adulteras;
A sétima é Ìyà agbá, de origem feminina mãe de todos filhos do clã;
A oitava é Akama, de origem feminina é a guardiã das crianças;
A nona é Agaganigogodo, de origem masculina domina o mundo animal;
A décima é Folè, de origem masculina é quem destrói os culpados;
A décima primeira é Olorimerin, de origem feminina é guardiã dos pontos cardeais;
A décima segunda é Elesemafa, de ordem feminina é quem da o destino as crianças;
A décima terceira Adabidalè, de origem masculina retentor do bem e do mau é o guardião dos arredores da casa;
Décimo quarto é Olo, de origem desconhecida o qual nada se sabe;
Décimo quinto é Ofun, de origem masculina comanda o desconhecido para que o sagrado não seja violado.
Igbá – Odù, aquela que é grande e mora nos fundos da casa, onde ninguém transita e cabe exclusivamente aos Bàbálawo cuidar de seus cultos e conservação.
Igbá –nlá, a grande cabaça representa o mundo e tudo que nele habita, sua composição consiste em ;
Granizo que representa o ar, efún que representa a terra e folhas de fogo e tutu para representar a água.
Quem manipula essa energia tem de possuir um profundo conhecimento de cada propriedade, suas finalidades, saber quais representam cada um dos Irùnmolè, os feitos de uma sobre as outras para que essa manipulação não se torne destrutiva e nociva aos seres humanos.
Nosso objetivo é de incentivar aos leitores e amantes do culto aos òrìsà, um motivo para que não se cansem de buscarem e obterem o conhecimento.
Pois assim se sabe que, é só através de conhecimento , respeito e humildade que se faz presente no espírito de ÒRÚNMÌLÀ.......

Ifá a gbe wa o!!!!
oloje iku ike obarainan

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