quinta-feira, 16 de abril de 2015

Oòsà Ojà & Aje Sàlugá
A palavra Ajè pode ser traduzida como Progresso para você, Sucesso para você e Que aquilo que você espera de seu trabalho se concretize.
Ajè Ògúgúlùsò significa:
Ajè Senhora da morada da sorte e das realizações do homem, Senhora do paraíso da riqueza.
Ajè é um òrìsà paciente, próspero, fértil, longevo, sábio, harmonioso, generoso, tolerante, justo e protetor da riqueza do homem (em todos os sentidos), atraindo dinheiro a quem a cultua.
Protetora do progresso defende as pessoas da inveja e de forças invisíveis que impeçam seu desenvolvimento econômico. Favorece o uso sábio do dinheiro e protege as pessoas de receberem “mau dinheiro”, advindo de pagamentos realizados de má vontade ou com raiva.
No Odù Ifá (Odi méjì) ele está nos dizendo sobre Odi fazer amor com a Chefe das mulheres do mercado que é um Òrìsá chamado Oòsà Ojà, que está ligada a divindade Ajè Sàlugá (omo Olókun Sèníadé), esta divindade é um Òrìsá funfun, fala sobre dinheiro e riqueza, o ìgbà deste Òrìsá – Oòsà Ojà – geralmente está localizado no centro do mercado coberto com pano branco, o chefe ou líder de cada mercado é uma mulher cujo titulo é Ìyá lojá ou Ìyá lajé, todos os mercados são geralmente governados por Aje Sàlugá como a divindade que rege o mercado.
Òrìsá Oya detém uma posição importante no grande mercado é muito popular em Òyó até os dias de hoje com base na posição que ocupou no antigo e histórico mercado de Òyó em Koso.
Temos vários versos de Ifá, que dão referência a Oòsà Ojà e Aje Sàlugá como indicado abaixo:
Odi Méjì diz:
Depois de desfrutar e fazer amor com Oòsà ojà,
Outros também queriam fazer amor com ela,
Quando todos ficaram contentes,
Eles começaram a cantar,
Dizendo Oòsà ojà não nos deixar ir,
Doce mel não nos permita deixar o mercado,
Doce mel, (insinuando para a tentação de permanecer no mercado ou se sentindo obrigado a ficar e possivelmente gastar mais dinheiro do que o esperado).
Em algumas cidades onde o culto desta divindade é maior, todas as jovens vão ao mercado, como parte dos ritos de passagem para mulheres jovens, esta é a divindade primordial que tem os rituais realizados, ela simboliza a riqueza, a prosperidade e a fertilidade da mulher.
Ajè se sente (defecar) em minha cabeça (me abençoe com dinheiro, quando se anda na rua e um pombo defeca em você dizemos que é uma bênção de dinheiro),
Quem toca Ajè se torna ‘humano’ (fértil).
Aje dormiu na minha cabeça, quem toca Ajè (recebe bênçãos) age como uma criança (alegria de “ganhar na loteria”).
Ajè eleve-me como um rei (me dê dinheiro / filhos, me faça uma pessoa importante na vida).
J.K. Olupona
Aqui está outro exemplo de como Oòsà Ojà é mencionada em Ifá, quando se fala sobre uma pessoa que está tentando receber uma bênção e foi a tantas divindades pedir apoio e fez muitas ofertas sem resultado e as oferta não foram aceitas.
Ele disse que não sabia que o pai deles é o Egungun da própria casa.
Ele disse que conhecia a mãe que é a deusa do mercado (Oòsà Ojà).
Orí disse que não sabia que ela era a cabeça (Chefe) deles.
E que Ilé é a terra (outra divindade).
Ele não sabia que ele era chamado Olúbòbò-tiribò.
Bàbá ebo (outra divindade mencionada mais a frente).
Mais uma vez, isso nos dá o exemplo de que Ajè Sàlugá governa sobre a maior parte das coisas que gostamos na vida, a saber, as coisas que ela representa (o dinheiro, os filhos e a fertilidade na mulher).
O rei que reside no interior do profundo e majestoso esplendor é o nome de Olókun Sèníadé (portador da coroa mais antiga).
O rei de todo o prazer é o nome de Ajè Sàlugá.
Òsé Gobi, Gobi Ìwòrì adivinhava para Ajè Sàlugá.
O primeiro nasceu de Elépo (pai).
Este último exemplo de Ajè Sàlugá mostra a sua conexão com o mercado ao ar livre, conhecido como um local de encontro e com muito movimento e fluidez, até hoje o mercado é um indicador chave para a economia local.
Esse versículo mostra como essa troca de bens por dinheiro (que às vezes nem sempre é rentável) no final acaba colhendo benefícios.
Odù Ifá Eji Ogbè diz:
A Terra é negra e sempre será negra.
O solo é escuro e sempre escuro.
Torrentes são sempre muito tempestuosas.
Estes foram os nomes do Áwo que adivinhavam para Ajè Sàlugá (a riqueza)
Que é incerto como o oceano.
Os mesmos adivinhos lançaram Ifá para Obìnrín (natureza feminina)
Que é inconstante como o mar.
O mesmo foi declarado para omo (descendência).
Firmes no apoio como pedras no leito do rio.
Eles disseram:
Riqueza pode ir e vir
O mesmo acontecerá com as mulheres.
Mas filhos continuam a linhagem para a continuidade da terra (Olóye Agbolá)
Por Áwo Faloju
Uma de suas lendas a tem como filha de Aládi, uma das esposas de Olókun (em território nigeriano Olókun tem dupla sexualidade, uma vez, reconhecido como energia masculina e outra energia feminina, isto depende da região).
Ajè Sàlugá ou Anabi como é conhecida pelos próprios muçulmanos nigerianos (que consultam Ifá e fazem ebo de prosperidade no inicio do ano novo yorùbá), é uma divindade muito cultuada entre o povo yorùbá, pois se trata de um òrìsá que quando é tratada costuma trazer riquezas e prosperidade aquele que a trata. Ajè é um òrìsá feminino, considerada irmã mais nova de Yemoja, teve seu culto iniciado quando um dos itan de Ifá foi revelado.
Neste itan conta que Ifá se encontrava em uma situação financeira muito ruim, a fome e a necessidade lhe acompanhavam.
Havia uma menina muito feia que diziam ter saído a pouco das profundezas do mar, ninguém gostava dela, ninguém pretendia aceitá-la dentro de casa por não aceitar sua feiura, deste modo ela andava vagando pelos caminhos, ruas e estradas à procura de um descanso.
Um dia Ifá abriu sua porta e se deparou com aquela menina feia e ela pediu estadia, sem pensar duas vezes Ifá como sempre muito generoso, a aceita dentro de sua casa e deu a ela o pouco do que tinha para comer e um lugar para descansar.
Durante a noite Ifá foi surpreendido por aquela menina dizendo que estava querendo vomitar. Ifá preocupado com aquilo providenciou uma tigela e estendeu a frente da menina, mas ela se recusou, então ele a apresentou uma cabaça e obteve recusa, da mesma forma aconteceu quando ele o ofereceu um jarro, o maior que ele possuía em sua casa, mesmo assim ela se recusou a vomitar ali e disse à Ifá: Em minha casa estou acostumada a vomitar em um quarto.
Ifá levou-a para o único quarto que aquela casa possuía e chegando lá mais uma vez se surpreendeu quando viu aquela menina vomitando inúmeras pedras preciosas, azuis, amarelas, branca, de todos os tipos, incansavelmente. Pelo caminho, um homem viu o apuro que Ifá estava passando com aquela menina e perguntou se ele podia entrar para prestar ajuda, quando entrou no quarto onde estavam se encantou com tamanha riqueza que aquela menina deixava pelo chão de Ifá e exclamou:
“Há! Nós não conhecíamos os poderes desta menina, por isso a repudiávamos, e hoje eles estão revelados!”
Este homem disposto a servi-la, colocou-lhe o nome de Ajè Sàlugá. Depois disso todos ficaram sabendo dos presentes que Ajè havia dado a Ifá e todos queriam recebê-la em suas casas.
Ajè tem seu igbá arrumado de forma individual, não podendo ter finalidade de Ojugbó, é pessoal e intransferível.
Conchas, caracóis e outros apetrechos são os instrumentos sacralizados que fazem parte de seu igbá.
Oríkì Ajè.
Aki beru loruko ti a npe Ifá
Akiberu loruko ti a npe Odù
Olómo sawe loruko ti a npe Ajè
Ajè ko yawa je ni ile mi o.
Não tenha medo, é o nome de Ifá.
Não tenha medo, é o nome de Odù.
A mãe de Sawe é chamada Ajè (riqueza)
Ajé venha e coma na minha casa.
Ajè venha e esteja comigo em minha vida.
Àse.

Conceito Yorùbá
A religião dos Òrìsà é um culto tradicionalista, vindo da República da Nigéria eRepública de Benin, países vizinhos no Oeste Africano.É uma doutrina monoteísta ( possui somente um Deus Supremo – Olóòrun) e várias outras divindades, que auxiliam o Supremo Criador em sua obra.É um culto direcionado para as forças da Natureza, representada pelos Òrìsà, cadaum deles como elementos de um todo, o Òrun ( Universo).Para cada elemento desta Natureza Divina foi criado um arquétipo, umapersonalidade, um caráter, uma forma humana, simplesmente para que fosse maisfácil sua compreensão e entendimento. Estes elementos são os Òrìsà. Porém osÒrìsà nunca existiram na Terra como seres humanos.Exceção feita à Sòngó, divindade do Trovão e dos Raios, que foi Rei ( Àlàáfin)em Òyó, Nigéria, aproximadamente em 1450 a C, e posteriormente divinizado pelosseus feitos.O homem faz parte de uma totalidade (Òrun – Universo), onde coexistem ohumano e o divino. Ao contrário do paraíso cristão, que está situado em uma esferasomente acessível após a morte. Na religião dos Òrìsà o homem e as divindadesestão integrados e se complementam. Os Òrìsà são os intermediários, como elo daligação entre os dois estágios de vibração, o visível e o invisível.Portanto nesta visão “o Paraiso, ou o inferno , podem ser vividos aqui e agora.Um provérbio Yorubá diz: bi o s´enia, imolè o si , se a humanidade não existisse,as divindades não existiriam.Quando se cultua as águas, para simbolizá-las, são realizados rituais para Òsun, Yemoja, Obà e outros. Todas elas divindades que representam as águas em váriosde seus habitat natural. As águas doces dos rios, as águas salgadas do mar, ou aságuas das lagoas respectivamente. São rituais de agradecimento à Deus que nospermitiu a existência delas, ou para que delas possamos extrair suas forças eenergias em benefício de um objetivo pretendido. Não podemos esquecer que ocorpo humano é, em sua maioria, composto por líquidos, e o globo terrestre é ¾água. Ninguém é inimigo da água.!!!Quando são feitos cultos para Ògún, é aos metais que se louva.
Deus concedeu ao homem os metais e hoje eles estão contidos em quase tudo parafacilitar a vida no planeta. Nas construções, nos veículos, nas máquinas operatrizes,nos instrumentos cirúrgicos, enfim, o que seria do homem sem os metais?Òòsàálá é o ar, a atmosfera que envolve o Mundo, e que a todo instante o homemcoloca para dentro de si pelos movimentos da respiração.E por que não citar o mais polêmico dos Òrìsà. Sim, é de Èsù a quem me refiro. Emnosso País ele é tão mal visto, e divulgado pelos ignorantes, como sendo umdemônio. Devo salientar que a Doutrina dos Òrìsà não possui demônios , pois crêque tudo o que Deus criou foi para o bem estar do homem, e não para suadestruição. Èsú é a divindade do movimento, da ação da vida. Nada acontece semele. Para que possamos caminhar, ou seja, dar um passo à diante, esta ação épermitida por Èsù. O coração bombeia sangue durante toda vida para nosso corpo.Esta ação é possível pela força de Èsù. O movimento das marés, que não permite adeterioração das águas dos Oceanos, é um movimento de Èsù. Note que tudo iriaparar se não houvesse o movimento causado por Èsù. Ele foi o primeiro ser criadopor Deus, assim como para os católicos foi criado Adão. Nasceu do sopro Divinode Olóòrun sobre um monte de barro.Qualquer outra interpretação dada para esta divindade é criação de ignorantes, oudaqueles que pretendem deturpar a verdadeira Religião dos Òrìsà.É claro que não posso aqui explicar toda esta bela Religião cheia de metáforas edotada de uma mitologia milenar composta de 4096 lendas, mas posso tentarmostrar que ela é a mais ecológica Doutrina religiosa que o homem já conheceu.Nela a Natureza é a Divindade Maior que Deus legou ao homem em seu benefício.Preservar, manter, equilibrar, honrar, cultuar a Natureza é o que a Religião dosOrisas tem como princípio básico, pois se tomamos estes atos como objetivo de vida, automaticamente estaremos agradando a Deus.Cultuar a natureza é preservar a Vida. Além dos rituais para a natureza, a religião dos Yorubás cultua os Ancestrais ( awon Àgbá – Egúngún) através de uma enorme gama de procedimentos.Eles sim são seres espirituais que vivem no Órun e que à nós se apresentam comonossos conselheiros, trazendo-nos suas experiências e conhecimentos como seresque já passaram por várias reencarnações.Casa homem que resnasce sobre a terra é regido por um elemento da Natureza(òrìsà). Aqueles que pertencem às águas são pessoas dóceis, carinhosas, perseverantes,constantes, lutadoras, que tem objetivos certos e sabem muito bem o que querem mas escondem sobre esta aparência tranquila uma enormidade de sentimentos,turbilhões e revoltas, portanto, irados são extremamente perigosos.Conhecer o Orisa que nos rege tem a finalidade de buscar o auto conhecimento,saber o que devemos, ou não ser ou fazer. É saber em qual força da naturezaencontra-se nossa fonte de recarga, de equilíbrio e estabilidade.Todas estasriquezas de conhecimentos estão contidas nas lendas que compõem a religião dosOrisás, e cada ser humano está enquadrado dentro de uma delas.Quando se fala em Candomblé e Umbanda não se está referindo à Religião dosOrisás. Ambas são adaptações da Religião Africana para uma sociedade brasileira.Infelizmente esta adaptação foi feita por escravos oprimidos pelos Senhores deEngenho e Padres Jesuitas. O que levou a Religião ao sincretismo católico,caminhando para um patamar ridículo, sem origem ou base sólida,chegando aondese encontram atualmente e não posso negar que a maioria daqueles que seintitulam “ Sacerdotes” destes cultos afro-brasileiros ,mal sabem ler ou escrever,somados a outros deturpados em sua sexualidade, que encontram nos Orisàamparo para fazer deles meio de vida.Já afirmei: Os Orisà são os elementos da Natureza. Portanto ir para as matas,florestas, cachoeiras e praias e crivá-las de velas acesas, garrafas, copos, taças,alguidares e um sem número de lixo, não é preservação, mas sim destruição.Portanto, tais atitudes são totalmente contrárias à Religião dos Orisà.Um verdadeiro Sacerdote da Religião do Orisa, tem muito a estudar, esua formação requer vinte e um anos de preparo, no convívio com outrosSacerdotes também formados assim.Se você é um daqueles que respeita, e preserva a Natureza ao seu redor.Você já éum dos praticantes da Religião do Orisa. Preservar a Natureza não é só sepreocupar com o ar que se respira, com os desmatamentos, com a poluição daságuas, com a extinção animal, mas é, principalmente,respeitar e amar o homem seusemelhante , entendendo-o como a maior obra da Natureza e da Criação de Deus

Sistema do Ifá
De acordo com as crenças Yorùbá , Ifá – Òrúnmìlà , faz parte das quatrocentos euma divindades que vieram do céu ( òrun ) para a terra (ayé ) .Olódùmare, o Deus supremo, encarregou cada uma destas divindades com uma missão particular a ser realizada na terra Por exemplo:- Ògún foi encarregado de todas as coisas relacionadas com a guerra e a caça com o implemento do uso do aço.- Òòsàálá foi encarregado de ser o responsável de moldar o corpo humano com argila.- Esu é o policial do universo e o curador do àse, o poder divino com o qual Olódùmaré criou o universo e mantém suas leis.- Ifá ficou encarregado pela orientação ,por sua grande sabedoria,resultado da sua presença ao lado de Olódùmare, quando criou o universo Ifá sempre esteve ao seu lado. Portanto sabe os segredos que no universo foram embutidos. Òrúnmìlà é também conhecido como Akéréfinúsogbón que quer dizer o
Pequeno Sábio.
Os Yorùbá crêem que , Ilè Ifè foi a primeira parte do mundo a ser habitada porseres humanos.Os filhos de Odùdúwa tornaram-se os mais importantes politicamente e elesformaram a parte principal da dinastia de governantes do mais poderoso Império Yorùbá.O marco da História de poder desses governantes divinos se deu na organização imperial do antigo império de Oyo.
A origem do sistema
Em Ifè , Òrúnmìlà mudou –se para Òkè Igètí e lá viveu por muitos anos , teve oito filhos homens ,mudando –se então para Adó onde se acredita que vive até hoje ,por isso o dito Adó ni lé Ifá ( Adó é a casa de Ifá )Enquanto esteve na terra Òrúnmìlà aplicou seus conhecimentos divinos e sua sabedoria para organizar a vida dos seres humanos de forma ordeira . Vendo também a necessidade de deixar seus ensinamentos , Órúnmìlà escolheu alguns discípulos e passou a ensina –los os segredos e mistérios de Ifá .Mas , assim como aconteceu com todas as divindades Òrúnmìlà retornou ao òrun(céu) , após ter se desentendido com seu filho caçula , este feito se encontra no itan– ifá do Iwòrì Méjì . Vou relatar um trecho deste importante fato:Um dia , Òrúnmìlà convidou seus oito filhos para realizarem um festival , tudo conforme cada um deles chegaram, ou seja , respeitando a hierarquia dos mais velhos aos mais novos.Sendo assim , quando foram chegando , conforme a educação, foram deitando nochão e dizendo Àború , Àbo
yè , Abosise , como sinal de respeito e obediência .Chegando a vez do caçula , Olówò , ele permaneceu de pé e não disse nada . Então seu pai o ordenou que fizesse a saudação , mas Olówò recusou – se dizendo que

como ele ,também usava coroa , e sendo filho de Òrúnmìlà era degradante se abaixar diante de alguém.Quando Òrúnmìlà ouviu isto , ficou muito triste e decidiu voltar para o òrun (céu) . Assim com a partida de Orúnmìlà ,a terra se tornou em caos e completa confusão ,o ciclo de fertilidade e regeneração , tanto da natureza quanto humano desapareceu. A sociedade humana se tornou uma anarquia e desordem , conforme relata o seguinte èse (poema).
ABOYÚN Ò BÍ MÓ ÀGÀN Ò TOWÓ ÀLÀ BOSÙN ÒKÙNRÙN Ò DÌDÉ AKEREMODÓÒ WÈWÙ ÌRÀWÉ ÀTÒ GBE MÓ OMOKÙNRIN NÍ ÌDÍ OBÌNRIN Ò RÍ ÀSÉE RÈ MÓ. ISÚ PEYIN Ò TA; ÀGBÀDÓ TÀPÉ Ò GBÓ ERÈÉ YOJÚ ÒPÒLÓ.ÒJÒ PÁÁPÁÁPÁÁ KÁN SÍLÈ, ADIÉ SÀ Á MI. APÓN ÒBE SÍLÈ EWÚRÉ MÚ UM JE .

Tradução
As mulheres não podiam ter filhos As mulheres continuavam inférteis Pequenos rios foram cobertos por folhas Não existia sêmem no testículo do homem As mulheres não tinham menstruação O inhame não se desenvolvia O milho não crescia Chovia apenas gotas As galinhas tentavam devorá-lasfacas estavam plantadas no chão E os cabritos tentaram devorá-las.Quando a terra não tinha mais paz , foi decidido que os filhos de Òrúnmìlà deveriam ir para o Òrun pedir ao seu pai à voltar para o aiyé (terra) . Ao chegar no Òrun , os oito filhos de Òrunmìlà tentaram convencê-lo àretornar ,mas ele não aceitou e em vez disso deu a cada um deles dezesseisnozes de palmeira e disse:
BÉ E BÁ DÉLÉBÉ E BÁ FÓWÓÓ NÍENI TÉÉ MOO BI NÙ UNBÉ E BÁ DÉLÉBÉ E BÁ FÁYAÁ NÍENI TÉÉ MOO BI NÙ UNBÉ E BÁ DÉLÉBÉ E BÁ FÓMOÓ BÍENI TÉÉ MOO BI NÙ UN

Se ele por ventura conseguir tirar todas de uma mão para outra ,ele não faz nenhuma marcação.Essa combinação será repetida por oito vezes ,ou seja ,quatro vezes da direita e quatro vezes da esquerda.Tendo em vista assim o odù correspondente ao consulente.
Òpèlè – Ifá ( corrente de Ifá ).
Outro sistema muito importante de Ifá , esta corrente possui duas terminações na base , é feita tanto de metal quanto de barbante de algodão. Quatro meias nozes do fruto òpèlè são presas em cada metade da corrente ,sendo lado direito de esquerdo .O sacerdote lança o òpèlè para o lado oposto de seu corpo obtendo assim o odù correspondente para o consulente .Para compreender este sistema o sacerdote tem de saber dé cor os èsè – Ifá ,ou seja os poemas de Ifá que corresponde ao odù determinante .Essas possibilidades serão abordadas mais a frente no tema Ikofá .Cada uma dessas possibilidades são denominadas Odù , tendo como um total de 256 possibilidades iniciais.
2 - Ikòfá
Yorùbá – voltamos a insistir nesse assunto de real interesse para aqueles que desejam conhecer a Cultura Religiosa Yorùbá. São os passos da caminhada ao sacerdócio na vida de um Babaláwo.Ele começa, aos seis anos de idade como Omo-awo / o filho do segredo ou Kékeré-awo /pequeno no segredo. Com a opção pela vida sacerdotal feita, os Pais da criança vão consultar Ifá para que seja indicado o melhor Mestre para ela.Identificado o Mestre os Pais levam a criança até ele. Entregam-lhe quatro obí para que seja feita a nova consulta a Ifá. Sendo aceito o Babaláwo dirá:
"Láti àsìkò yí lo ìwo (......)omo (.....) àti (.......) dúró ní iwájú mi láti kó Ifádídá. Èmi nfé, gégébi Olùkó re, kí ìwo gba ìmò àti, wipé léhìn èkó re, ki ìwo lè lo ìmò isé yìí bi ó titó àti bí ó tiye."
Tradução
A partir desse momento (nome) filho de (nome do Pai)e (nome da Mãe) está diante de mim para aprendero Jogo de Ifá. Desejo, como seu Mestre, que eleabsorva os conhecimentos e, ao terminar seus estudos, possa fazer bom proveito do aprendizado.” A partir daí serão providenciados os ritos de iniciação. O Omo-awo não poderá ser ensinado, ou aprender e participar de outros ritos sem que tenha sido devidamente iniciado, tenha recebido seu Ìgbá Odú e seu Òpèlè Kàrágbá que “não tem valor litúrgico”, este último servindo somente para o estudo e aprendizado.Na maioria dos casos o Omo-awo passa a residir em uma Ègbé-Babaláwo/Sociedade dos Babaláwo. Cada cidade Yorùbá tem uma dessas sociedades comandada por um Sacerdote do maior nível hierárquico que é o Olúwo-Ifá, líder pleno, Senhor de Todos os Segredos. Imediatamente inferior a ele está o Sacerdote Balógun, homem poderoso no àse da palavra, deve ser saudável, ter boas condições econômicas, nesse caso sempre mantém várias esposas. Subordinados aos Balógun estão os Àsíwájú-Babaláwo que representam a Sociedade perante a Comunidade.Encontramos também os Àsipa-Babaláwo, os relações públicas; os Akápò- babaláwo, secretários e tesoureiros; abaixo destes os outros cargos são ocupados pelos Omo-awo. Às sucessões hierárquicas são feitas pela consulta ao oráculo e posterior prova de capacidade dentre os escolhidos.Periodicamente são realizadas reuniões presididas pelo Olúwo e Balógun recebendo o comparecimento de outros Sacerdotes Lideres Comunitários decidades vizinhas. Inicialmente são realizadas oferendas para Ifá e distribuída farta alimentação aos presentes. São discutidos os problemas e todos sugerem soluções.Construções de Templos e Santuários; soluções para problemas de ordem sociais;destino do dinheiro recebido em doações; realização de Jogos de Òpèlè Ifá ou Jogode Ikin. São realizados a pedido dos Qba em busca de orientação; troca de informações sobre os sistemas de Ifá; Odun Awo o festival anual em homenagem aIfá; Òsè Ifá a semana devotada a Ifá são alguns dos motivos das eg / assembléias. Ao longo de dezesseis anos de aprendizado o Omo-awo poderá vir a ser um Babaláwo se houver adquirido o conhecimento da natureza humana. Nesse período o Omo-awo vai aprender a obedecer a uma hierarquia rígida submetida a seu Mestre.O Omo-awo deverá ser Humilde, devoto, paciente, perseverante, incansável,solidário, cooperativo,ético, seguindo a conduta dos mais velhos, aprendendo a ser responsável e desenvolvendo a capacidade comunicativa. É impedido à ele a mentira, o roubo, a ganância, o adultério e o convívio com as esposas do Mestre,sendo vetado que o Aprendiz sente-se onde a esposa acabou de levantar, deve sempre trata-la pelo Título de Ìyàwó / Esposa ou eg / Mãe.Uma das coisas que pode acarretar a “expulsão” do convívio com o Mestre será o envolvimento, assédio ou o fato do Aprendiz manter relações sexuais com a pessoa que venham buscar orientação ou o conselho do Babaláwo.
É no contato diário com seu Mestre que ele aprende a trocar informações, a recitarÌtòn / /lendas, Oríkì / evocações, Ofò / encantamentos, Àdúrà,Gbàdúra / suplicas , Ìjalá, Orin / cantigas, Ìyerè /cantigas de dor e júbilo para Ifá, aconhecer os segredos das ewé e fazer os rituais todos.Sujeita-se a inúmeros ritos iniciáticos periódicos, inclusive o rito do lde-Odù,indispensável para que possa iniciar outras pessoas e que o faz adquirir osconhecimentos de tratar e cuidar ritualisticamente do Ìgbá Odù. Aperfeiçoa o dom da palavra, o domínio da oralidade, força fundamental paraativar o poder dos Elementos da Natureza.O Omo-awo deve ser “solteiro” até ser ordenado Sacerdote, para que não venha aser atrapalhado no seu aprendizado pelos afazeres do casamento.Isso não implica em abstinência sexual ou mesmo que ele não venha a namorar,mas o casamento só poderá ser celebrado após sua consagração.Durante o período de dois anos o Omo-awo vai aprender a usar o Òpèlè Kàrágbá, só depois disso podendo estudar os Ikin. Nesse período ele vai aprender os dezesseis Odù Principais e, dependendo de sua capacidade de memorização irá aprender dedois a dezesseis Èsé / contos sobre cada um deles.Tendo memorizado os Odù Principais e seus Èsé ele deverá iniciar os estudos e memorização dos Ilé Odù, os menores, na seguinte seqüência:
De Ogbè-Òyèkú a Ogbè-ÒfúnDe Òyèkú-Ogbè a Òyèkú-ÒfúnDe Ìwòrì-Ogbè a Ìwòrì-ÒfúnDe Òdí-Ogbè a Òdí-ÒfúnDe Ìròsùn-Ogbè a Ìròsùn-ÒfúnDe Òwòrín-Ogbè a Òwòrín-ÒfúnDe Òbàrà-Ogbè a Òbàrà-ÒfúnDe Òkònròn-Ogbè a Òkònròn-ÒfúnDe Ògúndá-Ogbè a Ògúndá-ÒfúnDe Òsá-Ogbè a Òsá-ÒfúnDe Ìká-Ogbè a Ìká-ÒfúnDe Òtúrúpòn-Ogbè a Òtúrúpòn-ÒfúnDe Òtura-Ogbè a Òtura-ÒfúnDe Ìrètè-Ogbè a Ìrètè-ÒfúnDe Òsé-Ogbè a Òsé-ÒfúnDe Òfún-Ogbè a Òfún-Òsé
Devendo memorizar no mínimo dois Èsé de cada um destes acima citados formando um total mínimo de 512 Èsé, além de seus sinais gráficos, os conselhos e Etùtù relativo a cada um dos versos. Para tão grande memorização o Aprendiz passará pelo ritual do Ìsòyè a fim de ter aumentado sua capacidade de memória.Em posse dos conhecimentos sinteticamente relatados acima será possível proceder ao ritual Ìkó-Àte, demonstração pública de domínio dos Odù, consentida pelo Mestre que da independência ao Babaláwo recém-formado, tornando-o Sacerdote.
Desejamos que o estudante CECY se intere muito bem quanto aos Rituais deIniciação nos Cultos de Òrúnmìlà. Para isso mostraremos uma das rezas principais do Ritual de Iniciação:
A té o náá.Hee, a té o náá.Kí o tún ara e té o. Awo kì nlé ikún. Awo kì nlé ejò o. A té o náá kí o tún ara e té. Awo kì nsúré gun igi òkókó o A té o náá kí o tún ara e té.Kí o má fi ìbá nté ode won ìdì wò. A té o náá kí o tún ara e té.Bi odò ba kún kí o má mà wó wò o. A té o náá kí o tún ara e té.Bí igbá ba já kí o má mà wó wò o. A té o náá kí o tún ara e té.
Nós te iniciamos.Nós te iniciamos.Que você faça sua própria iniciação.(tenha consciência de seuspróprios limites)Um iniciado não se atreve a caçar ikún sem armas.Um iniciado não se atreve a caçar cobra sem armas.Nós te iniciamos para que você tenha consciência de seus limites.Um iniciado não se atreve a subir correndoem uma árvore de Òkókó.Nós te iniciamos para que vc tenha consciência de seus limites.Um iniciado não se atreve a caçar sem ser um bom caçador.Nós te iniciamos para que vc tenha consciência de seus limites.Quando o rio estiver muito cheio não se atreva a mergulhar sem sabernadar.Nós te iniciamos para que você tenha consciência de seus limites.Se a corda estiver rompida não suba na árvore.Nós te iniciamos para que vc tenha consciência de seus limites.
Podemos perceber nesta canção (orin ) , a insistência no conselho que adverte para os perigos de uma falsa representação de poder , pois como ocorre o noviço pode ser levado a julgar – se onipotente . Além da iniciação o noviço deve se submeter ao ritual de ide – odù , onde adquire o elemento principal e indispensável para que ele possa iniciar outras pessoas .Neste ritual se obtém a condição para ver o símbolo de Igbá – Odù , sem isso , ao olhar para o símbolo poderá perder a visão ou mesmo o equilíbrio mental . As responsabilidades do omo – awo são inúmeras e em sua maioria não remuneradas, ajudam em todos os ètùtù que os Bàbálawo realizarem , por indicação de Ifá serão assistentes do mais velho.Devem , por exemplo , oferecer auxílio para o consulente de que se realizará o ètùtù, e recitar longos trechos dos esse – ifá (poemas de ifá ) ,junto com seu Bàbá Tanto para memorizar como para dar ritimo aos iyere ( cânticos de dor e júbilo aIfá )Realizam também a entrega dos ètùtù onde seu Bàbálawo por orientação de Ifá determinar .O relacionamento entre mestre e discípulo deve ser de honra e lealdade , devendo se manter sempre leal ao seu Bàbálawo , uma vez que sua relação com ele é deextrema cumplicidade , selada sob forte juramento de ambas as partes.O noviço é instruído a não ser ganancioso e a não roubar . Ao acordar o noviço louva a Ifá tocando o solo com sua cabeça diante do ojugbòmefá ( assentamento de ifá ) e comprimenta seu Bàbá da seguinte forma :
ÒRUNMÌLÀ IBORUÒRUNMÌLÀ IBOYEÒRUNMÌLÀ IBOSISETradução
Orunmila bom dia , tudo que eu faça se concretize!Orunmila , tudo o que eu faça , faça por inteiro !Orunmila , tudo o que eu faça tenha àse esse realize como desejo!No qual o Bàbálawo responde :
O gbo o to !
Que significa longevidade para você , que sua vida se mantenha prospera .Nesta saudação , podemos observar a importância da disciplina para consecução de objetivos que inclui obediência às regras prescritas para os discípulos Yorùbá.De muitas regras quero destacar o que mais causa conflito as pessoas ,no que se diz respeito à Iyawo (esposa) do sacerdote .
As relações dos aprendizes com ela tende ser limitadas para evitar problemas e o respeito devido ao sacerdote deve –se estender a ela. Não podendo chama – la pelo nome mas somente de Ìyá ou seja mãe. A desobediência de quaisquer regras compete a expulsão do indivíduo. As esposas dos sacerdotes são responsáveis em fazer toda comida do àsé quando o Bàbá estiver recluso em suas obrigações ( osè ). São delas também a responsabilidade de entoar os iyere, sendo consideradas sagradas guardiãs desses orin ( canções).Quanto às relações com os colegas de aprendizado é instruído a jamais usar seus conhecimentos para prejudicar um companheiro.Nas relações com clientes , é proibido assediar qualquer pessoa que busca orientação ou manter um relacionamento amorosos com elas.Durante o aprendizado a alegria e o bom ânimo constituem sinais de reverencia aIfá e de respeito pelo Bàbá .O noviço só poderá passar algum conhecimento, quando for considera adulto, ou seja , quando ele realmente obter todo o conhecimento ou boa parte dele transmitidos pelo seu Bàbá.Daí a necessidade de passar por todos os estágios de aprendizado, sendo qualquer omissão ofensiva.O culto Yorùbá é determinante de responsabilidade, pois se tem conhecimento que,quando um Bàbá ou Iyá esta entoando em um ètùtù para alguém, todo mal que esta sendo retirado da vida dessa pessoa recairá sobre o sacerdote no momento queforem invocadas as divindades a quem se solícita proteção contra inimigos e adversários.Embora cada bàbá desenvolva seu próprio, a estrutura básica não se altera.
O processo de iniciação
O processo de iniciação em Ifá ocorre diferentemente dos processos de iniciação em outros òrìsà ( orixá) . Essa diferença consiste em que as evocações,acompanhadas dos sons dos ilù (atabaques), não induzem ao transe e nem a incorporação, assim bem vista na situação com os òrìsà.É fundamental notar que a iniciação em Ifá, se da única e exclusivamente pelo processo de busca de conhecimento no que se diz respeito as condições físicas eespirituais, isto significa a tomada de consciência a respeito da própria responsabilidade pelo curso existencial,sem estimular comportamentos de ilusões efantasias ,nem ao fanatismo, como ocorre com freqüência em outras religiões.O processo ocorre; ritos sagrados de conhecimento exclusivo dos Bàbálawo e dos awo – ifá que possuam Igba – odù. Sendo assim, descrevo apenas o que estou autorizado a descrever.Sua primeira parte tem o nome de igbadù, a floresta do odù.O espaço físico para sua realização é um quarto da casa do bàbá ou uma mata considerada sagrada pelos bàbálawo.Sua entrada é revestida de màrìwò, roupa usada por Òrúnmìlà, assim como palmas de dendezeiro, os ikin são símbolos de Ifá.
O bàbá ao preparar o igbadu, grava sobre o oko, tábua ritualística para Ifá, os 16odu principais, o odu Osetura, será o responsável pela indicação e condução doètùtù. Essa marcação obedece a sua ordem de chegada, tendo como inicio Eji – ogbe eencerrando –se com Osetura. Bem, terminada essa marcação, o Bàbá distribuisobre o oko os ikin que farão parte do ojugbò do iniciado.Tudo isso acompanhado de orin , oriki e gbadura a Ifá, sobre a orientação do bàbá,são colocados sobre o oko, obí, orogbó, atare, isù, eja entre outros .Segue assim o atos secretos.......Logo, são energizado o igbadu e os ikin , podemos nesta fase, fazermos duas observações:
A primeira, referente aos segredos (awo), em que se faz um juramento, onde em hipótese alguma se pode revelar o que foi visto e oferecido aos awo –ifá. Assim, o que constitui em mistério aos ogberi (leigos) permanecera em segredo. A segunda observação consiste em não se falar sobre sacrifícios para assim não atrair Arikú para si.
Depois de tudo preparado o noviço segue em direção ao osù, bastão sagrado, onde o bàbá faz os oriki á Òrúnmìlà, Iyàmì agbá e aos Ègùngùn. Pedindo que tanto a morte quanto as doenças, assim também quanto ao fracasso não mais acompanhe a vida desse awo (iniciado).Neste momento apenas os iniciados devem se fazer presentes, por conta da forte carga negativa ali evocada.Tudo isso, devidamente acompanhado de orin (canção) como se segui emexemplo:
Ogege igi agunlaOgege igi agunlaEni gún OgegeIgi olá lo gún oOgege igi agunlaEni te Ifá,Ifá olá lo te oOgege igi agunla
Tradução O gege é a arvore da sobrevivência Ogege é a arvore da sobrevivência Quem sobe na arvore O gege Sobe na arvore da prosperidade O gege é a arvore da sobrevivência
Ifá vê com alegriaIfá da prosperidadeOgege é a arvore da sobrevivência. A cantiga que acompanha esse processo refere-se ao fato de estar sendo retirados todo o mal que vinha atrapalhando o noviço.O rito agora se segue lavando os ikin que serão colocados no ojugbó-mefá .É neste momento que se realiza a consulta à Ifá para se obter o Odu de nascimento, para que o iniciado possa então receber as orientações de seu ewo, ou seja, proibições de Ifá.O bàbá então começa à recitação e evocação do odù, acompanhado dos awo – ifá,começa as instruções sobre o rito de sacrifício à Ifá.Os òrìsà em que o noviço também foi iniciado receberão suas oferendas, a fim de apaziguar todo o ritual.Entre as recomendações, pede-se para colocar um facão atrás da porta de entrada à frente da casa, pendurar anzóis, colocar o Irukere-Ifá dentro de casa, por umpreá na parte da frente e um peixe na parte de traz. Após tudo pronto o noviço irá descansar para que se torne os rituais ao amanhecer.Logo pela manhã o noviço é banhado, são entoadas novas orin (canções) cujo conteúdo enfatiza, entre outros conselhos, que se respeite os ewo e se permaneça consciente dos seus limites:
Ou seja, não se pode orgulhar-se daquilo que não se domina
. Ao retornar do osu, o bàbá enrola o oko em uma eni (esteira), permanecendo o noviço de costas, para que os acontecimentos ruins e as forças negativas fiquem para trás. O bàbá entoa uma orin (canção) ordenando que tudo de ruim fique para traz, e se torne passado.O oko permanece no centro do quarto e os iniciados postam-se em frente a ele, empé, um ao lado do outro.Cada um dos iniciados, dirige-se para junto do oko e, andam em volta dele, os homens darão nove voltas em torno do tronco, e as mulheres sete.Depois aproximam-se do bàbá, onde ele os toca com os ikin, os demais elementos ofertados à Ifá serão colocados em cima do oko que será conduzido pelos iniciados, apoiados em sua cabeça ao som de uma orin entoada pelo bàbá. Assim se encerra o rito de Ikofá.
3-
Ese-Ifá (poema de Ifá)
Temos o conhecimento de que, cada Odù contém sua própria história, conhecida entre os Yorùbá de ese, poema, alguns destes poemas são longos enquanto que outros bem curtos, mas, sendo longos ou curtos eles seguem uma lógica no seu raciocínio em cada poema de Ifá.Essa seqüência lógica dos elementos é o que chamamos de domínio de estrutura.Cada poema de Ifá tem um máximo de oito e um mínimo de quatro partes estruturais.
Os poemas que tem quatro partes são geralmente curtos, são chamados pelo sBàbá de
Ifá kéékèèkéé,
ou seja, pequenos poemas
, que na verdade trata-sede resumo de poemas mais longos
.Sendo a maioria dos poemas, retentores de mais de quatro partes, em uma outra categoria, podemos encontrar em alguns casos, nas partes quatro e cinco um certo alongamento em certas pronúncias, sendo neste caso conhecidas como Ifánláálá ( poemas alongados de Ifá).Todo verso de ifá tem inicio o nome do sacerdote que no passado consultou Ifá,como forma de base para o poema.Geralmente são nomes de louvor dos sacerdotes de Ifá, na primeira parte (I) da estrutura do verso é muito observado pelo Bàbá, pois se não evocar os nomes corretamente destas autoridades espirituais, o poema fica destituído de sua importância mística, esta parte do verso por, tanto, dá a legitimidade a cada poema em um fato histórico autentico e real que ocorreu no passado.Os nomes variam de acordo com os fatos, podendo ser nomes de plantas, animais ou mesmo de um ser humano comum, enfatizando desta forma que os acertos e os erros se repetem desde do inicio dos tempos.Então quando o bàbá entoa o nome de um sacerdote do passado nesta parte do poema, podemos compreender seu louvor como verdadeiro, mas só no sentido espiritual e simbólico.Já na segunda parte (II) do poema se menciona os nomes dos consulentes de Ifá,para quem os sacerdotes da (I) primeira parte efetuou a consulta à Ifá.O consulente neste caso pode ser apenas um como também toda um comunidade,Igual o ocorrido na primeira parte, estes nomes são reais e também místicos, tanto de pessoas como de lugares.Nesta parte do poema aclamada pelo bàbá, tem como resultado o fortalecimento para o seu propósito.A terceira parte (III) do poema, trata da razão ou situação do passado. Esta parte da aclamação do bàbá trata do motivo que trouxe o consulente até Ifá. A quarta parte (IV), aponta o que se deve fazer para a solução de todos os problemas anteriormente mencionados, detalhes como qual sacrifício de ser feito,ewo, clareza no que se diz respeito ao erro cometido e a orientação para que se não cometa o mesmo erro novamente. Além disso, ele deve prescrever para seu consulente tudo o que lhe foi aconselhado por Ifá.Esta parte justifica também, quando se dá lista para o consulente, demonstrando assim, que a pessoa tem de passar por este teste de compromisso para realização do ètùtù. A quinta parte (V), esclarece ao bàbá se o consulente seguiu as determinações de Ifá ou não, tratando do tipo de pessoa com quem se esta lidando.Já na sexta parte (VI), indica o que aconteceu com o consulente após ele ter se submetido a todas as orientações de Ifá. Os resultados e conseqüências, caso o consulente não obteve êxito e tenha cometido mais erros. A sétima parte (VII), nos mostra a reação do bàbá ao desfecho da consulta,obtendo um bom resultado com o consulente o bàbá demonstrará feliz, mas se for negativa ele ira reagir com arrependimento e tristeza.
Esta parte do poema é muito importante, pois nos revela se o consulente é digno de se efetuar o ètùtù e de permanecer como filho ou apenas consulente.O pacto de confiança se da na responsabilidade com que o consulente trata toda situação. A oitava parte (VIII), se trata da conclusão, não só de resultados mas de todo o histórico, esta parte pode ressaltar o tamanho da importância de um ato desacrifício .Esta parte também serve de avaliação para o bàbá, no que ele possa considerar de suma importância diante dos fatos.Quero deixar bem claro que, os poemas de Ifá são de caractere histórico, toda poesia tem por objetivo orientar os seres humanos à não terem mau comportamento, e que todo malefício que, por ventura ocorra em sua vida, é em virtude de seus próprios erros.Ao narrar esses poemas o consulente se identifica com seus próprios problemas, vinculando-se ao personagem da narrativa.Oriento aos estudiosos desta forma de culto a Ifá
,
que,
tem de saber o que é mais importante de se observar no ese- ifá.Por tanto o que posso lhes orientar em relação a isso, é que as parte I , III e VIII,são de muita importância para o êxito da acertação do problema. Sendo essas partes também consideradas obrigatórias por muitos sacerdotes.Enquanto as partes IV e VI são opcionais. Vou descrever um poema em caráter de exemplo, para melhor compreensão de todos:(I)
Gbónkólóyo;
(II)
A dia fún ode
(III)
Ti nregbé ‘je, Èlùjù’je.
(IV)
Wón ní kó rúbo àlo, kó rúbo àbò .Wón ní pípò ni iségún fún n.
(V)
Ó si rúbo
(VI)
Ìgbá to rúbo tan, ó ségún si òtún,ó ségún si òsì.Ó kó erú, ó si kó erù.
(VII)
Ó ní béè gégé, ni àwo òún nsenu rereé pe ‘Fá.
(VIII)
E se ode ni hiin, ode hiin, hàà hin o.

Tradução(I) O bàbálàwo chamado Gbónkólóyo;(II) Consultou Ifá para o caçador.(III) Que Estava indo caçar nas sete florestas e desertos.(IV) Foi aconselhado ètùtù para proteção da expedição.(V) Ele fez o ètùtù(VI) Após ter realizado(VII) Ele relata que ocorreu exatamente o que se Bàbá havia orientado através da voz de Ifá .(VIII) Bem vindo caçador aclamado.bem vindo caçador de louvor,Caçador,nós te saudamos,Nós te damos boas vindas e te aceitamos.
A poesia de Ifá é muito rica em linguagem e formas de estilos.Uma relação detalhada de todas as características de estilos,rica em gêneros.Existem cinco maneiras de repetição encontradas nas poesias de Ifá,a saber:Estruturais.Temática.Linear.Silábica. Aliteração e assonância.Para maior compreensão explicaremos separadamente cada caso citado a cima:
Estrutural
Uma das formas mais comuns é a de repetição das partes da estrutura dos poemas. A repetição estrutural envolve as partes I,II e III ,e em alguns casos podendo envolver as partes IV e V.Sendo assim entende-se que essa estrutura envolve a repetição de algumas ou de todas as seis primeiras partes.Por isso, se é aconselhado a não tentar se utilizar desta pratica sem total e não parcial do conhecimento ,para não causar danos na vida do sacerdote ou do consulente.Temática:
Nesta prática a repetição se concentra no assunto propriamente dito. Vista de forma expressiva no poema Ifá nlánlá,onde são de forma longa e separada tanto em partes quanto em todo seu conteúdo.O valor da temática consiste na repetição constante, de forma que , tanto o Bàbálawo , quanto o consulente ficam sem sombra de dúvidas o que se diz amensagem de Ifá e qual ètùtù a ser realizado pelo seu consulente.Esta repetição ocorre nos termos (IV) e (VI) do Ese (poema) por se tratar das partes dinâmicas e criativas do cada poema.
Linear
Sem sombra de dúvida a mais importante repetição encontrada.Podemos encontrar dois tipos distintos de repetição linear: A linear completa :Que trata em repetir uma ou mais linhas estruturais A linear parcial:Usada tanto para a ênfase quanto para investigar o que se esta revelando no mundo espiritual em caráter afirmativo da descrença do consulente no que se diz respeito as coisas espirituais. A explicação completa deste vasto assunto será posta na próxima edição.
4 –
Itòn
Assim como descrito acima, um Itòn também retrata o histórico dos Imole(divindades),cada uma delas tem seu próprio itòn.O que se faz diferente é que os Itòn são História e os ese são poemas.Muitas pessoas do culto aos òrìsà confundem as duas citações, que , embora parecidas são completamente distintas umas das outras.Por se tratar do idioma Yorubá , se faz necessário a interpretação adequada para oidioma traduzido, sendo assim se explica tantas heresias e difamações descritas por diversos autores de livros deste assunto.Cito como exemplo, e para maior compreensão, o fato de alguns pesquisa dores afirmarem erroneamente o histórico de Dòn ( òsòmàre) ,que declaram sua dupla sexualidade. (seis meses são homens e seis meses se tornam mulheres) Assim também acontece com Inlè e Osòyin.Para nós Yorùbá não passa de heresia e blasfêmia ,pois se trata de uma grande ofensa aos Irúnmole.É assim que nos ensina Ifá, os seres humanos aos olhos de Olodúnmàré nascem Okorin e assim sempre serão vistos ,igualmente com quem nasce Obirin
Pois Òrúnmìlà nos ensina que, filho de peixe não nasce pato.Outro fato, que corre com freqüência , é no que se diz qualidades de òrìsà , outra maneira de justificar um grave erro de alguns religiosos, que com certeza são desprovidos de conhecimento.Como todo filho de Òsóòsí, sou contestador e também, bem teimoso com relação às minhas idéias, mesmo que contrariando tudo ou a todos. Se, é positivo ou negativo,não sei. Deixo para que as outras pessoas decidam.Não desejo afrontar ninguém, quero tão somente colocar aqui o meu pensamento particular a respeito das tão faladas “
Qualidades de òrìsà”
, que eu friso , para ressaltar minhas dúvidas sobre isso, no bom sentido, para dar motivos para que outras pessoas pensem a respeito.Segundo os conceitos Yorùbá, oÒrìsà é uno, para eles não existem as tão chamadas
“qualidades”
que temos aqui no Brasil.Se tem conhecimento que, o Bàbálòrìsà t’ogun segue com o mesmo propósito e conhecimento assim ele descreve o que pensa das chamadas qualidades.
Vamos dar alguns exemplos: Airá,que não é qualidade de Sàngó;
Ògunte,
que não é qualidade de Yemonja;
Òpàrà
, que não é qualidade de Òsún;
Erìnle,
que não é qualidade de Òsóòsì;S
òrókè
, que não é qualidade de Ògún;
Gbálè
e
Oníra
, que não são qualidades de Oya; etc......... Alguns desses òrìsà tinham cultos semelhantes aos destes outros, então, o brasileiro os inseriu como iguais e assim ficou. Ou que ainda é simplesmente um
oríkì
pelo qual o òrìsà é chamado, e pelo desconhecimento da língua Yorùbá,acabaram virando mais “qualidades”.Poderíamos citar inúmeros exemplos, mas, citaremos os mais comuns dentre nós,como “
Qualidades”,
falando de
Èsù .Èsù
é um òrìsà quiçá, o mais importante no panteão Yorùbá. Tudo e todos necessitam da intervenção de Èsù, para executarem “n” tarefas. É aí que entram com as tais qualidades, mas, que não passam apenas de funções diversas exercidas por Èsù. Temos algumas como:
Èsù Elégbára:
Significa literalmente, Èsù Senhor da força ou do poder, o qual ele detém incontestavelmente, de quem todos os demais òrìsà necessitam para executarem seus feitos. Não é qualidade, é um
oríkì
pelo qual ele é chamado.
Èsù L’ònòn:
Èsù no caminho, local onde ele mora, na
orítà
(encruzilhada).
Èsù Ònòn ou Olóònòn
Èsù do caminho, Senhor dos caminhos, o Senhor das estradas, função em que eleabre ou fecha os caminhos; a quem pedimos licença para transitar tudo o quedesejamos, inclusive a nós mesmos. Ele é o
Oníbodè (O Porteiro),Oníbodè-
òrun (O Porteiro do Céu);
ou
Olútójú (O guardião, o Vigia)
, que revista atodos que transitam por aquela porta onde ele está de guarda.
Èsù Elébo:
O Senhor das oferendas, função em que ele é o dono das oferendas recebidas ouque as transporta aos demais òrìsà, com os nossos pedidos de bênçãos e beneces.
Èsù Òdára:
A função exercida quando ele nos traz tudo de bom, bem como as respostas dos òrìsà aos nossos rogos, sempre é mensageiro de coisas e notícias boas.
Èsù Òjíse:O Mensageiro
, função em que ele faz a comunicação entre o
ayé
e o ò
run,
entreos seres humanos e os
ara-òrun
. Também levando os nossos pedidos e retornando com as respostas dos òrìsà. É também chamado de
Òjíse Ebo (O Mensageiro das Oferendas).
Èsù Elérù:
O Senhor do carrego
, quando ele despacha tudo aquilo que não queremos, para que vá para longe de nós, os males diversos como: morte, ruína, doenças, perdas,negatividades, etc.Estas e muitas outras denominações de Èsù são apenas para especificar qual afunção que ele exerce naquele momento, ou em definitivo. Admite-se até que existe o
Èsù Bára (Èsu do Corpo)
, o
Èsù individual
que mora dentro de cada pessoa. Neste caso, no fundo é o mesmo Èsù,que de acordo com a lenda do nascimento de Èsù, parido por
Yèmòwò
esposa de
Òòsààlà,
e que logo ao nascer come todos os seres vivos do
ayé
, e quando tudo se acaba, ele ainda continua com fome e tanto faz, que termina por comer sua própria mãe, que se deixa devorar apenas para alimentar o filho.
Òòsààlà
, seu pai neste
ìtàn
, ao vê-lo comer a própria mãe,enfurecido puxa de sua espada e persegue-o para matá-lo. Ao alcançá-lo,
Òòsààlà
desfere um golpe e parte
Èsù
ao meio. Ao invés de morrer, ele se transforma de dois. Então,
Òòsààlà
desfere outro golpe cortando os dois; que se transformam em quatro, e assim sucessivamente, até serem tantos que ocuparam quase todo o espaço do
ayé
. Então, para que aquilo terminasse,
Èsù
fez acordo em que prometeu a
Òòsààlà
, que restituiria tudo o que fora comido. Tudo aquilo que ele recebera como oferenda, seria restituído em forma de retribuição a estas oferendas por ele recebidas. Nesse ìtàn ele comeu todas as criaturas vivas, todas as frutas,todas as sementes, todos os vegetais e bebeu toda a água,otí,e mu; daí lhe sera atribuido o termo: " boca que tudo come", e é por isso também, que ele recebe qualquer coisa como oferenda
E, como
Èsù
se dividira tanto, tanto; ficou também com aincumbência de cada uma de suas
“cópias”
ficar como protetora do corpo de cadaser humano que fosse moldado por Òòsààlà. Portanto, o nosso
Bára
é ao mesmo tempo o nosso
Èsù individual
, porque vive dentro de nós. Mas, ele também é apenas uma parte do todo de
Èsù
que foi dividido; sendo assim, o primogênito que se dividiu “n” vezes, mas que, cada subdivisão é apenas uma pequena parte de um todo, que é o próprio
Èsù
.
.
5 – Odù
A palavra de idioma Yorùbá e que esta ligada ao destino de todo ser, não se trata deum signo assim como tentam afirmar alguns pesquisadores. Pois ao meu ver nossa cultura não tem nada haver com o zodíaco , não somos cópias e sim copiados poroutras religiões.Não existe tradução para nomes próprios ,por isso , afirmo que, Odù esta ligado ao destino , mas isso não se faz entender que sua tradução seja essa.Existem como já sabemos 256 Odù – Ifá, cada Odù , traz a interpretação dos fatos e ocorrências obtidas dos consulentes.Os Odù –Ifá fazem parte da crença Yorùbá em que Odù se trata como uma divindade e igualmente aos Irúnmòle vieram do Òrun ( céu) para cidade de Ifè .Enviado por Olódùmaré (Deus onipotente) para substitui Òrúnmìlà na terra após retornar para o Òrun.Cada Odù possui (600) seiscentos ese (poemas) que caracteriza o destino de cada um, demonstrando ao Bàbálawo o motivo do sofrimento do seu consulente.Esta sabedoria faz parte do aprendizado do sacerdote de Ifá, sendo assim, se faz ,de suma importância o aprendiz se aprofundar nos estudos literários para que realmente possa dar suporte aos que necessitam de ajuda e orientação espiritual.Cada Odù estabelece uma hierarquia por ordem de chegado do Òrun para o Ayé. A leitura se faz da direita para esquerda , assim também se faz a marcação no opon.Darei a seguir alguns exemplos ,respeitando sua ordem Hierárquica.

BABA EGUNGUN É ALAFIA ASÉ OOO

A alma e o espírito do seu pai vai levantá-lo
A alma e o espírito de sua mãe vai levantá-lo
Anualmente, seremos abençoados
Vamos viver o tempo e atrair a bênção de Deus
Egungun nos abençoará.

BABA EGUNGUN ARA ORUN KIN KIN

A Morte no caminho adiante, a Morte no caminho atrás, Hei! Hei! Hei!
Pai, estamos aos seus pés do culto de amor.
Gentilmente Eu vos saúdo, sois o bem.
Olhai para Nós e para nossa casa, agradecemos.
Faça com que vossos filhos estejam bem.
Envolvei-nos, Senhor da Morte e Pai.
Deseje-nos o bem, Pai, Senhor do Lado Direito.
Desejai-nos o bem, Pai, que tem o àlà ao seu lado.
Deseje-nos o bem, Pai, Senhor das árvores.
Deseje-nos o bem, Pai, Senhor das árvores a quem fazemos culto tradicional.
Deseje-nos o bem, Pai, Senhor que traz alegrias.
Deseje-nos o bem, Pai que caminha como o elefante.
Deseje-nos o bem, Pai, Filhos de Orò perdoem-nos Senhor.
Deseje-nos o bem, Pai, Pedra resistente que frutifica.
Desejai-nos o bem e faça-nos sorrir.
Desejai-nos o bem para que caminhemos no bem.
Assim seja!

QUE SÃO OS EGUNGUNS
Eles são os guardiões da herança ancestral de um grupo em particular e através de sua manifestação, ele pode ajudar ou ferir, ou criar problemas na estrada para a felicidade. Espíritos Coletivos adorados como uma herança ancestral são conhecidos como Ara Örün kinkin e têm um papel fundamental, como os fiéis acreditam que conta com a participação constante em tudo o que acontece no Aye. Assim, orientar, dirigir, proteger, porque de acordo com as crenças iorubás, o ancestral que deixa sua família em Ayé não dorme. Portanto, todas as minhas aflições serão depositados nas mãos de meus antepassados, porque da mesma forma como uma árvore sem raízes não pode sobreviver, o mesmo acontece com um ser humano que não reconhece a importância de seus antepassados. Enquanto antepassados, podem ser evocadas individualmente (Baba Egún) ou coletivamente (Baba Igúnnuku) de acordo com o tempo e as possíveis necessidades. Suas funções coletivas ultrapassou a linhagem de um círculo familiar particular. Proteger a comunidade de espíritos, epidemias, feitiços de bruxaria e garantindo o bem-estar geral.

MASCARA DE BABA EGUNGUN

Esta máscara Egungun de um babuíno especialmente mostrando os dentes grandes expressivos do babuíno. É a idade e o uso de longo é visto pela patina na superfície que é o resultado de muitas ofertas feitas sobre a máscara e os restos de penas das aves que servem como testemunho a essas ofertas. A máscara seria usado no topo da cabeça com o dançarino olhando para fora de uma abertura velado no pano cobrindo o rosto . Este é um exemplo clássico de Egungun máscara , possivelmente proveniente da Ila - Orangun entre os Igbomina Yoruba e é objeto de um verdadeiro conhecedor .
Entre os Yoruba da Nigéria mascarados conhecidos como Egungun dança para representar e celebrar os antepassados. Os Yoruba eles veem o mundo dos vivos e dos mortos como um continuo com os mortos sempre presente na vida de um indivíduo, sua família e da cidade. Dançarinos Egungun completamente cobertos de panos volumosos ou em trajes encimados por um cocar esculpida eles aparecem durante as cerimônias em homenagem aos antepassados , familiares anteriores ou vai dançar para representar presentes membros da linhagem . Mascarados Egungun foram notados já em 1826 e continua a tradição entre os Yoruba hoje combinando tradições há muito estabelecidas , muitas vezes com imagens contemporâneas . Egungun disfarça combina o uso de uma série de panos coloridos que parecem ser simplesmente empilhados na cabeça e no corpo do dançarino ou o pano será encimado por headpieces esculpidas de formas humanas e animais

QUEM DEVE CULTUAR A ANCESTRALIDADE ?

Todos temos pai. Temos mãe. Temos avô. Temos avó. E assim por diante. Então por certo TEMOS Ancestralidade! Compreendido isso, podemos facilmente deduzir então que não só podemos, como devemos cultuar nossos Ancestrais. Uma vez que somos o resultado da soma de saberes de nossos Antepassados, destes herdamos o inconsciente coletivo e com ele as informações legadas nele, e é por esta determinante maior, que os devemos louvar.

A ANCESTRALIDADE

A ANCESTRALIDADE É A RAIZ QUE NOS SUSTENTA!
AO ABRAÇARMOS NOSSA RAIZ, SOMOS POR ELA RECONHECIDOS...
QUAL ÁRVORE SE MANTEM DE PÉ SEM SUA RAIZ?
E SE É MINHA RAIZ, POR QUE TEMER..
DEVEMOS TEMER SOMENTE AQUILO QUE NÃO
CONHECEMOS, POIS CONHECENDO NOSSA RAIZ,
JAMAIS A TEMEREMOS, MÁS POR CERTO A RESPEITAREMOS...
CONFIO EM MEUS ANCESTRAIS E NELES DEPOSITO TODOS
OS MEUS ANSEIOS!!

DEVOÇÃO AOS ILUSTRES ANCESTRAIS
A devoção à memória dos ancestrais é a fonte de todas as virtudes.
Lembrar daqueles que nos trouxeram até aqui
é uma forma de melhorarmos sempre mais o nosso caráter,
a nossa personalidade.
A nossa vida presente depende de todos que nos antecederam
e também dos animais irracionais e plantas,
que vão gerar nossa alimentação, respiração e o bem estar físico e mental.
Celebrar a memória de nossos antepassados é celebrar a vida, a nossa vida presente.
Os ancestrais representam a experiência moral do passado, a nossa história moral,
a lei não escrita, mas experimentada e registrada no DNA de cada ser.
Somos parte de um misterioso ciclo vital que nos confere significação.
E, dentro dele, sendo insignificantes, temos importância.
Cada ser humano é a singularização da história de seus ancestrais.
Somos o resultado de muitos milhões que vieram antes de nós.

BABA EGUNGUN BABA EGUN

MUITO IMPORTANTE ESTA PUBLICAÇÃO
baba egungun não vem para bater em ninguém como tenho visto aqui no brasil pessoas com seu ori ou seja cabeça rachadas de paulada CHUTES entre outras coisas bizaras,nunca ouvir dizer que o iniciado tem de passar no ritual de orredor polones...infelizmente isso acontece e com muita frequencia ,se voce passou por isso o que posso lhe dizer e que o culto não e isso,assim como o candomble sofreu inumeras mudanças o culto a egungun no brasil tambem sofreu,e pra pior com pessoas suberbas que acham terem o dom de aterrorizar as pessoas não respeitando a energia que deteen. egum não mata não aleija nao bate em ninguem. O culto de egungun que voceis verem isso ou souberem que teve alguma destas histórias neste lugar não tem asé de baba só tem mentiras pensem bem  digo isso porque o culto de baba egungun tradicional africano não existe estes tipos de coisas  é muito diferente do culto de baba egungun que existe no brasil até porque baba egungun vem para abençoar e trazer prosperidade e não atrapalhar ou destruir ou espancar seus sacerdotes.se e sacerdotes cade o respeito entre baba e seus sacerdotes? obrigado..
ESU A PEDRA PRIMORDIAL DA TEOLOGIA YORUBA

ESU OTA ORISA
Esu a pedra fundamental do Orisa
ESU OFI OKUTA DIPO YO
Esu transforma o sal em pedra

1. "O PRINCIPIO ERA A PEDRA"
Em todos os momentos da vida dos afro-descendentes que cultuam Orisa, a terra é o elemento mais importante a ser reverenciado e, em conseqüência disso , a pedra, o fruto da condensação da terra, a desagregação particulada e formadora do microcosmo Yoruba. Essa singularidade pode ser vista na gênese Yoruba, amplamente documentada, por diversos autores. Olodunmarê após um tempo imemorial de inércia resolve criar o mundo, e sua primeira criação é a pedra primordial chamada por ELE de ESU YANGI e, posteriormente, de Esu Obasin, cultuado até os dias de hoje em Ile Ifé.
Pode-se dizer que sem pedra "Ota" não há Orisa.
KOSI OKUTA
KOSI ORISA
"Sem pedra
Sem Orisa"

KOSI ESU
KOSI ORISA
"Sem Esu
Sem Orisa"

Todo Orisa tem que, obrigatoriamente, ser assentado em uma pedra ou em algum material que dela tenha vindo; exemplo: o ferro em que se assenta Ogun é a transmutação da pedra, transformada em ferro por intermédio do fogo. Dessa forma pode-se dizer que Ogun é assentado na pedra.
Outro aspecto interessante é que o corpo humano é composto de vários elementos, e entre eles um dos mais importantes é o barro modelado por Ajala, onde, posteriormente, é inserido por Obatala, o Bara, o ESU do movimento.
Outro aspecto de grande importância relacionado à terra é o Ikomojade (imposição de nome ou batismo). Nele o pai pega a criança e coloca o pé dela sobre a terra fofa, especialmente preparada para o momento, recitando o seguinte verso de Ifa:

Yoruba
Ilé
A o gbe omo, ao fi ese omo naa te ile,
A o wa wure bayi pe,
Ile ree o,
Ile ogere,
Ile ni a nte ki a to te omi,
A ki nbinu ile ki a maa te,
Bi o ba nrin nile ki omo araye ma binu re,
A ki nbale sowo ki a padanu,
Gbogbo ohun ti o ba dawole lori,
Ile aye yi,
ko ni padanu.

Português
Terra
Os pais pegam a criança e colocam o pé dela sobre a terra, iniciando a recitação. Eles chamam o nome da criança e falam:
1. (Nome da criança) Aqui está a terra,
2. A terra que está espalhada pelo universo,
3. É nela que se pisa primeiramente,
4. Antes de se pisar na água.
5. Ninguém que tenha ódio da terra,
6. Priva-se de pisar nela.
7. Quando você anda sobre a terra,
8. Os seres humanos não terão ódio de ti.
9. Todos que fazem negócios com a terra lucram com ela,
10. Tudo que você se propor a fazer na sua vida,
11. Não será em vão, você lucrara na vida.

Portanto, é muito claro que Esu foi criado por OLODUNMARÊ, da matéria primordial e divina da qual, posteriormente, ELE fez todos os Orisa. A mesma matéria que daria forma à toda existência divina, assim como toda a humanidade que, um dia, Ikú "a Morte" devolverá à esta lama primordial.
Assim, Yangi é o primeiro ser criado da existência e passa a ser o símbolo primal dos elementos criados.
Yangi é conhecido como "Esu Agba”, o Ancestral primordial, e seus assentamentos mais antigos e tradicionais eram simples pedras de laterita vermelha, colocadas no chão, onde eram feitas suas oferendas e sacrifícios.
Em alguns lugares, como a Orita Meta ou a Encruzilhada de Três caminhos, a laterita vermelha está cercada por 7, 14 ou 21 pedaços de ferro enferrujados.
Na cidade de Ile Ife, pode-se ver o assentamento de Esu Yangi como o descrito acima.
Para se chegar a casa de OBATALA, entra-se em uma rua que vai exatamente até a entrada, e acerca de 10 metros antes da entrada, a rua principal abre-se em duas outras ruas laterais, formando um (Y) . No meio do vértice do (Y) está a casa de OBATALA, e na ponta do vértice o assentamento de Yangi, uma montículo de cimento armado com uma laterita fincada no alto. ** 
Yangi é por excelência o símbolo da existência diferenciada e, em conseqüência disso, o elemento dinâmico que leva à propulsão, à mobilização, à transformação e ao crescimento.
Ele é o principio dinâmico de tudo que existe e do que virá existir.

2. OS MÚLTIPLOS NOMES E FUNÇÕES DE ESU
Um mito relata como, em função de seu poder, Esu se descontrola, e começa a devorar toda a preexistência, sendo então obrigado por Orunmila, após uma longa perseguição, a vomitar tudo de volta.
Tendo sido cortado em milhares de pedaços, transforma-se no + 1, ou em 1 multiplicado pelo infinito. Neste caso, ele é Esu Okoto, o Caracol agulha, cuja estrutura óssea espiralada parte de um ponto único, abrindo-se para o infinito, e nos dá a idéia do crescimento, da evolução e da multiplicação, tendo-se tornado o símbolo da restituição e da recomposição, tornando-se Oba Baba Esu, Esu agbo, o Rei e o Pai de todos os Esu, gerados por seus pedaços.
Durante muitos anos conviveu-se com uma pretensa superioridade cultural, racial, religiosa na África e na região dos Yoruba que provocou guerras étnicas, fato que repercute ainda nos dias de hoje.
A suposta ação evangelizadora desarticulou sofisticadas estruturas religiosas, imprimindo aspectos negativos e demoníacos à imagem de Esu que, ainda hoje, habitam o universo religioso e pratico dos mais renomados Baba/Iya. 
A perda dos valores primais africanos foi causada, sobretudo, pela escravidão, e posteriormente pela miscigenação com as seitas espíritas cristãs, permitindo assim que os mais sérios seguidores do Orisa ressaltem os aspectos negativos dos demônios, referindo-se a Esu como:
Exu Lucifer, Exu Tranca Rua das Almas, Exu sete poeiras do inferno, Exu Rei das sete encruzilhadas, ou mudam seu sexo, Exu Pomba Gira ou Exu Maria Padilha.
Os nomes e atributos deste importante Orisa do panteão Yoruba não permitem interpretações errôneas como as perpetuadas pela inércia e ignorância de pseudos experts em cultura Yoruba.

Nomes e Atributos de ESU:
ESU YANGI
O primeiro da criação, a laterita vermelha
ESU AGBA
Aquele que é o ancestral
ESU IGBA KETA
O dono da cabaça, o Igba Odu 
ESU OKOTO
O dono da evolução, o caracol.
ESU OBASIN
O pai de todos os Esu
ESU ODARA
O Esu da felicidade
ESU OJISE EBO
O Esu que leva as mensagens ao Orisa
ESU ELERU
O Esu que leva o carrego dos iniciados
ESU ENUGBARIJO
O Esu que trás a prosperidade
ESU ELEGBARA
O Esu que detém o poder da transmutação
ESU BARA
O Esu dono do movimento do corpo humano
ESU OLONAN
O dono de todos os caminhos
ESU OLOBÉ
O dono da faca ritual
ESU ELEBÓ
O Esu que recebe as oferendas
ESU ODUSO
O Esu que vigia os oráculos
ESU ELEPO
O Esu do azeite de dendê
ESU INA
O Esu do fogo (saudado no Ipade)

Poderia-se fazer uma lista imensa dos nomes de Esu ancestrais cultuados no Brasil e África, mas esse exercício é desnecessário no momento.
O mais importante é destacar as funções desses Esu ancestrais nos rituais:
Esu Yangi:
É o princípio de tudo, a própria memória de Olodunmarê, seu criador.
Esu Agba ou Esu Agbo:
É o nome que mostra sua ancianidade; ele é o mais velho e, por conseqüência, o pai que é retratado no mito em que Orunmila o persegue através dos nove Orun.
Esu igba keta
É o terceiro aspecto mais importante de Esu que está ligado ao número três, a terceira cabaça onde ele é representado pela figura de barro junto aos elementos da criação. 
Esu ikorita meta:
É ligado ao encontro dos caminhos ou a encruzilhada; o encontro de três ruas ( Y ).
Esu Okoto: 
É o representado pelo caracol agulha, mostra a evolução de tudo que existe sobre a terra,
E está ligado ao Orisa Aje Saluga, o antigo Orisa da riqueza dos Yoruba.
Esu Obasin:
É por este nome é conhecido e cultuado em Ile Ifé.
Esu Odara:
É o que, se satisfeito através do sacrificio, traz a felicidade ao sacrificante.
Esu Ojisé ébó:
É ele que observa todos os sacrifícios rituais e recomenda sua aceitação, levando as súplicas a Olodunmarê.
Esu Eleru:
É o que leva os carregos dos iniciados (Erupin)
Esu Enugbarijo:
É o que devolve a todos o sacrifício em forma de benefícios.
Esu Elegbara:
É o todo poderoso que transforma o mal em bem, cujo poder reside na transformação das coisas.
Esu Bara:
É um dos mais importantes aspectos de Esu, pois ele é o Esu do movimento do corpo humano, infundido no corpo pré-humano, ainda no Orun por Obatala, sendo "assentado" no momento da iniciação, junto com o Ori e o Orisa individual.
Esu Lonã:
É o senhor de todos os caminhos do mundo.
Esu Olobé:
É dono do obé (faca), tem que reverenciado ao começar todos os sacrifícios, onde a faca é necessária.
Esu Élébó:
É o carregador de todos os Ébo.
Esu Odusô ou Olodu:
É ele que tem seu rosto retratado no Opon Ifa, e vigia o Babalawo para que este não minta; é o que vigia os oráculos (Opélé-Ikin-Erindilogun)
Esu Elepo:
É ele que recebe o sacrifício do azeite de dendê.
Esu Inã:
É um dos aspectos mais importantes deste Esu primordial, é presidir o Ipade, sendo o dono do fogo. É a Esu Inã que os Babalorisa/Iyalorisa se dirigem no começo do Ipade, uma das mais importantes cerimônias do ritual afro-descendente religioso:
E Inã mojuba
Inã Inã Mojuba Aiye
Inã mojuba
Inã Inã Mojuba Aiye...etc.

Outra forma de se dirigir a Esu, e que causa certa confusão, é quando seus acólitos a ele se dirige por seus EPITETOS que , por serem mais comuns, transformaram-se erroneamente em nomes: Exemplo;
Esu Tiriri
Esu Akesan
Esu Lode
Esu Barabo
Esu Alaketu
Esu Ijelu
Esu Bara lajiki
Esu Marabo...etc.

DA PEDRA A PEDRA
A ação repressiva dos cristãos europeus e, posteriormente, latino-americanos sobre os africanos, escravos e seus descendentes forjou o sincretismo entre os Orisa e os Santos Católicos.
Consequentemente, Esu e o diabo cristão na sua forma mais primitiva, teologicamente.
Assim sendo, a idéia de um Esu reelaborado pelos cristãos e, essencialmente maléfico e tenebroso, é inconcebível na Teologia e na cosmovisão Yoruba, que não tem um “inferno´” declarado, e os homens não são punidos a post mortem.
Muito embora, existam lendas e mitos populares onde Esu é retratado como manhoso, trapaceiro ou encrenqueiro. 
Se Esu for reverenciado com o Ebo designado nada disso será verdadeiro e a sua suposta imagem de malignidade, decorrente dessas lendas, cairá por terra.
Na verdade, Esu é o Executor Divino, punindo aqueles que descumprem o sacrifício prescrito, recompensando aqueles que o fazem.
Ele nada faz por conta própria. Está sempre servindo de elemento de ligação entre OLORUN e Orunmila ou então servindo aos Orisa.
Segundo a Teologia Yoruba, nenhum ser divino pode punir um Ara aiye "ser da terra", diretamente, sem a consulta a Olodunmarê.
Diversos Itan Ifa nos dão conta que Esu também é encarregado por OLORUN para vigiar os Orisa no Aiye. Isso só pode ser feito porque ele é imparcial no seu papel de Executor Divino.
É por isso que todos os devotos de todos os Orisa sacrificam para Esu, por recomendação de Ifa, nos tempos de dificuldades, buscando dessa forma sua intermediação com Olodunmarê.
E, para que os Babalawo não se excedam ou mintam na prescrição dos ébó, o próprio Esu na qualidade de Odusó sempre estará presente no jogo, cuidando para que o Iwa "caráter" do consulente e do Babalawo não sejam maculados.
Esu reporta-se diretamente a OLORUN e mantém um inter-relacionamento com os Orisa e com os Egungun "ancestrais".
Ele não é vingativo e nada executa por sua própria conta, apenas cumpre fielmente as ordens de OLORUN, conforme os ditames do Iwa contido no Ori individual, destino escolhido por cada Ori no Ipori Orun `Lugar em que o ser humano é preparado.
E necessário, o mais depressa possível, esquecer, "desumbandizar" e "deskardekizar" as religiões de matriz africanas, pois não se pode viver com o paradigma de bem e mal, inexistente nessas religiões.
Em síntese, transmutar, teologicamente, a pedra primordial em pedra angular sobre a qual se sustenta a cosmografia tradicional Yoruba.