sexta-feira, 26 de setembro de 2014

OROGBO

Este é um fruto negro predileto de Egun e Sàngó, por ser um elemento de pura ligação com Ikú (a morte). Isto porque Sàngó é um dos maiores representante de Egun, fato latente no culto Yorubà e ignorado aqui no Brasil, onde dizem que Sàngó tem pavor a Egun isto acontece por falta de conhecerem quem na verdade é Sàngó.
Sàngó é tão quente quanto Egun e o orogbo é o melhor fruto para ser oferecido tanto no culto de egungun resultado da morte no culto a Sàngó associado à Ikú por sua capacidade de destruição através do raio. Os orogbo representam as pedras de raios no culto a Sàngó, já no culto a Egun representa os descendentes raciais ou familiares, por este fato está relacionado à morte.
O orogbo por ser um fruto quente totalmente relacionado Ikú, por isso é ofertado aos ancestrais, por este aspecto, quando um ser vivo parte orogbo e oferece juntamente com mel a seus ancestrais, representa uma comunhão do fisico com o espiritual, ou seja os seres vivos cultuam seus ancestrais partilhando o fruto.
Neste momento a morte é inteiramente representada pelo orogbo principalmente por sua casca negra, entra em harmonia com a vivacidade de Sàngó por ser um Òrìsá oriundo de Ikú (morte), ou seja, ele é um grande Egungun de inteira relação com todos os ancestrais cultuados na terra, onde todos vivem totalmente sob o domínio do grande Rei da terra (Òbàlúwàiyé). Muitos e muitos orogbos devem ser ofertados à Sàngó com mel, o qual è sua fruta predileta de principal relação com Ikú e egun. Fatos desconhecidos por muitos e ignorados por outros... Os principais òrìsás que também recebem oferta de orogbo é Esú, Ìyàmi-Òsòróngà, Ògún, Òbàlúwàiyé, Oyà, Òmólú, Iyémowo-Iyémònjá e Òòrisànlà-Òbátálà só recebem oferta de Orogbo sem a casca exibindo sua parte branca. Já no culto de Òsún o orogbo é inaceitável por sua relação com a morte, quando Òsún não suporta nenhum tipo de elemento com ligação a morte. Este fruto possui uma grande força ritualística, quando oferecimento num ritual deve ser sempre ofertado ao Òrìsá no mínimo dois orogbo, o mesmo acontece com qualquer outro fruto, isso porque em ritual nunca se deve oferecer um, e sim dois elementos.
São utilizados nos ritos de Orunmilá, Xango, Osain e outros aborós, indispensável em jogos divinatórios e na feitura de santo no sentido de alcançar a prosperidade. Utiliza-se também no preparo do abô, sasanha e da comida ritual especificamente nas oferendas de Airá.
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OBI -

Ó Deus, venha comer noz-de-cola com a gente!
Entre os Ibos, povo do sudeste da Nigéria, a noz-de-cola tem um grande valor simbólico e religioso. Por isso, come-se noz-de-cola nos acontecimentos mais importantes da vida deste povo.As palavras de um ancião da aldeia Ibo, no sudeste da Nigéria, revela o significado da festa onde se come noz-de-cola: "A cola é um símbolo de unidade entre os homens e Deus. A noz-de-cola representa a vida, por isso, é oferecida na oração e nos ritos que celebram a alegria de viver, o amor, a paz, a mútua compreensão. Come-se a noz-de-cola quando nasce uma criança, quando se celebra um casamento, quando morre um parente, quando um novo chefe sobe ao poder, quando tribos se reconciliam depois de travar uma guerra, quando se sela uma nova amizade etc."
Os Ibos começam cada dia louvando a Deus e consumindo noz-de-cola. O ancião só dá o bom dia depois de uma pequena cerimônia familiar, o Ikpa nzu e iwa oji (salpicar com pó de gesso e partir as nozes-de-cola).
Toda a família se senta no chão. O ancião, igualmente sentado no solo, estende as pernas e coloca no centro o ofo (bastão sagrado, símbolo de unidade com os antepassados), algumas nozes, o gesso em pó e uma vasilha com água fresca. Parte as nozes e mastiga um pedaço. Depois, cospe uma parte dela sobre o ofo e outra para o ar, destinada aos espíritos invisíveis. Por fim, enxágua a boca e tira fora a água com força.
Terminado esse ritual, reza em voz alta: "Que o novo dia afaste o mal! Deus, venha comer noz- de-cola! Terra, venha comer noz-de-cola! Antepassados e espíritos, venham comer noz-de-cola! Fazei que aconteça o bem, nunca o mal! Quem tem noz- de-cola, tem vida! A minha vida é a vida da minha família."
A intercessão
Depois da invocação, e sempre em voz alta, o ancião faz uma oração de intercessão. Declara a sua inocência e pede proteção divina. Diz: "Deus, parta estas nozes por mim, porque eu não sei o que dizer. Deus, lhe peço, não me dê a morte, porque sou ainda uma criança. Que, onde quer que esteja uma criança, ela possa acordar cada manhã. O macaco salta para a frente, nunca para trás. Que por esta oração eu seja abençoado e também minha família".
Toda a família fica em silêncio, seguindo com atenção as palavras do chefe da família. Terminada a oração de intercessão, o ancião proclama uma série de exortações morais. Apela para a unidade, para a harmonia e para a convivência em paz: "Há alegria na vida, não na morte. Viva quem oferece noz-de-cola e quem a come! Deus, faça com que o meu inimigo conserve a vida: se não existisse, acaso eu lutaria com a erva? O meu inimigo é útil, porque quando discuto, posso aprender coisas novas!"
O ritual matutino termina com a invocação final. O ancião proclama-a com solenidade. Pede vida e saúde para todos os presentes, e de modo particular para si mesmo, que é o chefe da família. Nesta oração, faz alusão à prece da lagartixa, a qual pode viver sem cauda, mas não sem cabeça.
Comida em comum
A noz-de-cola tem um valor simbólico. É um fruto que deve ser comido sempre em comum. Essa refeição pode ser realizada numa família, onde todos se reúnem com os seus pais, ou pode ser feita por toda a aldeia, que se junta ao redor do ancião, para celebrar um acontecimento especial. Em qualquer dos casos, as nozes-de-cola são sempre distribuídas, partidas e partilhadas entre todos os presentes.
Essa refeição em comum é símbolo da comunhão de bens, da fraternidade e do respeito recíproco.
A noz-de-cola
A cola é um árvore da família das esterculiáceas, conhecidas na África ocidental por árvores de noz-de-cola. Suas folhas são ovais e persistentes. As flores são unissexuais ou poligâmicas, em forma de cálice. Os frutos são lenhosos e contêm de cinco a nove sementes, de sabor amargo, ricas em cafeína. São usadas como comida e também na medicina para despertar energias vitais.
Os ibos
O povo ibo é formado por aproximadamente três milhões de pessoas. Esta região é rica em cursos de água, como os rios Benue e Níger.
A terra é fértil. A vegetação florestal permite aos ibos cultivarem diferentes espécies de árvores, que são importantes para a sua alimentação e o seu comércio. Outra fonte de alimentação é a pesca, a caça, a criação de ovelhas, cabras e frangos. O ano solar tem duas estações: a das chuvas, que vai de maio a outubro, e a do tempo seco, de novembro a abril.

A noz de cola é o fruto do colateiro (cola acuminata) planta da família dos sterculiacées, tais como o cacau, de origem da África tropical e da América Latina.
A noz de cola é apreciada por seu gosto amargo e ardente e apreciada sobretudo por suas propriedades tônicas e adestringentes. Ela contém cafeína, é um bom estimulante nervoso e tônico para o coração. Ela tem a reputação de facilitar a digestão e ter propriedades afrodisíacas.
Ela constitui junto com o vinho de palma (e o galo) os presentes que são oferecidos aos”bakulu” (antepassados), nos casamentos e aos estrangeiros (os que visitam os membros do clã)
Distribui-se entre os convidados em todas as cerimônias como símbolo de boas vindas, símbolo de amizade ou para selar pactos de amizade ou promover a reconciliação. Distribui-se como um gesto de saudação com uma parte (da noz de cola) deslizando da palma da mão.
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FAVAS

A fava simboliza o sol mineral, o embrião. Evoca o enxofre aprisionado na matéria.

As favas fazem parte dos frutos que compõem as oferendas rituais. Elas representam os filhos-homens esperados; numerosas tradições confirmam e explicam essa aproximação. Segundo Plínio, a fava era usada no culto dos mortos por acreditar-se que continha a alma dos mortos. As favas, na qualidade de símbolos dos mortos e de sua prosperidade, pertencem ao grupo dos Deuses protetores. No sacrifício que se costumava realizar na primavera, elas representavam a primeira dádiva vinda de baixo da terra, a primeria oferenda dos mortos aos vivos, o signo de sua fecundidade, ou seja de sua encarnação. E isso leva-nos a compreender as razões da proibição estabelecida por Orfeu e Pitágoras para os quais comer favas era o equivalente a comer a cabeça dos próprios pais, a partilhar do alimento dos mortos e, graças a isso, permanecer dentro do ciclo das reencarnações e sujeitar-se aos poderes da matéria. No entanto fora do âmbito dessa teoria, as favas constituem, ao contrário, o elemento essencial da comunhão como os Deuses, no ápice dos rituais.
Em resumo as favas são as primícias da terra, o símbolo de todas as benfeitorias proveniente dos Deuses que habitam debaixo da terra.
O "campo de favas" - denominação que os egípcios usavam com sentido simbólico, era o lugar onde os defuntos aguardavam a reencarnação. O que confirma a interpretação simbólica geral dessa leguminosa.
Dentro do cultos dos Voduns/Orixas/inkices e outros, a fava representa e confirma a ancestralidade dos Deuses.
Em nossos rituais, fazemos uso tanto da fava inteira como ralada, em forma de pó. O pó, assim como a cinza é comparado ao sêmen, ao pólen das flores, à posteridade.
Inversamente, por vezes é signo da morte.
Fazer uso da fava e do pó da fava representa perpetuarmos nossa ancestralidade, as primícias da terra e dos Deuses.
1 - FAVA DE ABRE-CAMINHO
2 - BEJERECUM
3 - FAVA DE EXÚ
4 - GARRA DE EXU
5 - FAVA DE OBALUAYE
6 - DANDA DA COSTA
7 - IKIN
8 - FAVA DE OGUM
9 - FAVA TONCA
10 - FAVA DE JATOBA
11 - OROBO
12 - FAVA DE XANGO - ALIBÉ
13 - PIXURIN
14 - AMENDOIM
15 - COCO DO DENDE
16 - NOZ NOSCADA
17 - ATARÉ
18 - FAVA DE IANSÃ
19 - ARIDAN
20 - FAVA DE OXALÁ
21 - FAVA ARIO
22 - FAVA DE OXUM
23 - FAVA DE AGUÉ
24 - FAVA CUMARU
25 - FAVA OFA
26 - LELECUN
27 - FAVA DE LOGUN
28 - FAVA DE OBALUAYE
29 - FAVA DE OSAIN
30 - FAVA DE OXOSSI
31 - FAVA DE KARITE
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