quinta-feira, 3 de outubro de 2013


HISTÓRIA DA FECUNDAÇÃO DO ODU
OKARAN
OLURUM, através de OBATALÁ, fez o homem que era a sua própria imagem e o chamou ISELÉ.
Em razão de ISELÉ viver muito só, sentiu necessidade de uma companheira para poder procriar, procurou então OBATALÁ e narrou o seu pedido. OBATALÁ comovido chamou um EBORÁ dos mais puros e pediu que ajudasse ISELÉ naquilo que precisasse. O EBORÁ ao tomar conhecimento dos fatos não aceitou a determinação de OBATALÁ , revoltando-se. OBATALÁ então, mediante a insubordinação do EBORÁ, fez com que ele descesse para a grande profundeza da terra, arrastando consigo todos os pecados. No interior da terra, o EBORÁ encontrou uma pedra vermelha (laterita) e alimentou-a com um acaçá vermelho. Dali nasceu o ODU OKARAN, parido em conseqüência da revolta, desobediência e insubordinação.
HISTÓRIA DA FECUNDAÇÃO DO ODU EJIOKO
OLODUMARE se achava em dificuldades na manutenção do equilíbrio entre o ÓRUN e o AIYÊ, em razão da sucessão de mentiras e falsidades que acabaram entrando em choque com a honestidade e firmeza de caráter de outros seres, tendo em conseqüência uma série de desavenças, guerras e até mesmo pequenos conflitos que passaram a ameaçar não só a paz e a harmonia dos dois mundos, mas também a própria existência do mundo material.
Resolveu então OLODUMARE consultar seu irmão e grande amigo, BABÁ ORUNMILÁ IFÁ, que o aconselhou a arriar uma oferenda na beira de um rio de água limpa, sobre um pedaço de pano branco, onde deveria colocar um acaçá vermelho para o ODU OXÊ e um acaçá branco para o ODU EGIONILE, duas cabaças com água no meio e duas lanças de ferro. Assim fez OLODUMARE e, no outro dia, ao retornar ao local da oferenda, encontrou um jovem garboso que dizia chamar-se ODU EGIOKO, tendo sido enviado por OLORUM, o DEUS DA CRIAÇÃO, para destruir o mal que afligia a terra, destruindo os falsos e mentirosos.
Este ODU diz ter sido portanto gerado por OXÊ e EGIONILE, não trazendo consigo qualquer espécie de pecado.
Fala na terceira casa do Oráculo de Ifá. Respondem Ogun e Obaluaiyê. É representado por três búzios abertos e treze fechados.
HISTÓRIA DA FECUNDAÇÃO DO ODU ETAOGUNDÁ
Este Odu foi fecundado na areia da praia, com um pano branco, três chaves de ferro, três acaçás brancos, três acaçás vermelhos, três pedras de minério de ferro, três peixes corvina, três cavalos marinhos, três cocos secos, e três cabaças. O seu surgimento simboliza a abertura dos caminhos e exerce nos seres humanos grande influência nos rins, pernas e braços.
HISTÓRIA DA FECUNDAÇÃO DO ODU IOROSSUN
OBATALÁ chamou por mais uma vez ISELÉ e mandou que raspasse uma madeira de cor vermelha para extrair um pó de nome ossum. Determinou que cravasse em um brejo quatro lanças de madeira, amarrada na ponta de cada lança uma cabaça e, colocasse no interior de cada uma das cabaças um pouco daquele pó, pedaços de pano vermelho e quatro argolas de cobre. Deste fato nasceu o Odu IOROSSUM, nascido sem pecado.
Do Odu IOROSSUM, surgiu NANÃ IBAIM, a primeira yabá, a mais velha de todas que se uniu com ÓDÙDÚWÁ. Desta união nasceu OXOSSE OKÉ que juntou-se à OXUM OLOKÉ, que não gera filhos. OXOSSE OKÉ então se une ä IANSAN. Esta gera dezesseis filhos que acabam sendo criados por OXUM OLOKÉ, dando origem à IBEJI. OXOSSE OKÉ, além de caçador, se torna sacerdote.
Da união de NANÃ IBAIM com ÓDÙDÚWÁ, nasce EXU OLÁ (rei de todos os Exus), OMULU, OXUMARÊ, IYEMONJÁ e OSSAYIN ABENEJI. OSSAYIN ABENEJI transforma-se na própria botânica, como SENHOR de todas as ervas.
HISTÓRIA DA FECUNDAÇÃO DO ODU OXÊ
Este Odu foi gerado de cinco espelhos e um pano bem alvo na beira do rio. Foi concebido sem pecado original. Desta concepção nasceu Oxum Gimun, a mais velha das Oxuns.
HISTÓRIA DA FECUNDAÇÃO DO ODU IOROSSUN ODU OBARÁ
Este Odu representa a riqueza, foi gerado de um bloco de ouro. As suas arestas representam as riquezas.
O Odu OBARÁ fez a fecundação com EGILAXEBORÁ, de OBARÁ veio AGÉ, e de EGILAXEBORÁ nasceu ARAIUN, que por sua vez não vem na cabeça de ninguém e gerou doze Xangôs. AGÉ nada gerou.
HISTÓRIA DA FECUNDAÇÃO DO ODU ODI
O Odu ODI se uniu ao Odu ETAOGUNDÁ. Desta união surgiu OMULU ORUEJE. Do Odu Odi nasceu OMULU JAGUM E OXUMARÉ. Do Odu ETAOGUNDÁ surgiu YEMANJÁ e ANIBUN; desses dois nasceu OGUN IOROMINAN ABALAJÚ, que deu origem a OGUN MEJEJÊ AJÁ (OGUN JÁ).
O Odu ODI foi fecundado com farofa d'água, metal branco, metal amarelo, ímã, sete guizos dourados e pedra de minério. Representa dores e embaraços.
HISTÓRIA DA FECUNDAÇÃO DO ODU EJIONILÊ
ISELÉ recebeu de OLODUMARE a ordem de, no alto de um morro gramado, aos pés de uma palmeira, colocar uma grande cabaça aberta, com oito acaçás brancos, oito argolas de chumbo, oito pedras lisas brancas, oito búzios e sacrificar dentro da cabaça um animal de quatro patas, de cor branca. Dessa oferenda foi fecundado o Odu EGIONILÊ, e de sua fecundação nasceu KINAMAN, empregado fiel que sempre o acompanha.
A cor do Odu EGIONILÊ é branca, por este motivo, não se usa azeite de dendê, nem qualquer outra coisa de cores vermelha ou preta em suas obrigações.
HISTÓRIA DA FECUNDAÇÃO DO ODU OSSÁ
OBÁ OLOKUN, rei do mar, consultou sua esposa ILAKUN, rainha do mar, e a mesma falou da necessidade de um guerreiro para chefiar seu exército. O rei então procurou OLODUMARE para se aconselhar a respeito, tendo o mesmo lhe dito que o melhor seria construir um guerreiro com todas as qualidades desejadas, Disse para o rei colocar um pano azul, um pano vermelho, uma estrela do mar, nove barras de ferro e nove acaçás de leite de coco doce na beira do mar. Assim fez OBÁ OLOKUN. Naquela madrugada então foi fecundado um príncipe que surgiu armado com nove lanças, cavalgando um enorme cavalo marinho, dizendo chamar-se ODU OSSÁ MEJI, e nasceu com toda autoridade de um chefe de exército.
HISTÓRIA DA FECUNDAÇÃO DO ODU OFUN
OLORUN chamou ISELÉ para falar da necessidade da criação de um Odu que trouxesse paz e equilíbrio à terra. Mandou então ISELÉ pegar um efun e raspar sobre uma peça de prata numa folha de caapeba junto com um pedaço de cristal de rocha e que misturasse tudo com orvalho e neblina, colocando a mistura sobre um monte de areia no alto de um morro. No outro dia, ao raiar do sol, surgiu o Odu OFUN , gerado puro, sem pecado, trazendo com ele os Orixás OXOLUFAN e ODUDUWÁ.
HISTÓRIA DA FECUNDAÇÃO DO ODU OWARIN
OLODUMARE precisava de um empregado. Depois de tanto procurar e não encontrar, resolveu gerá-lo para dispor de seus serviços.
Em uma encruzilhada aberta, colocou pedaços de pano preto, vermelho e branco e sobre os panos, onze cabacinhas abertas cheias de mel e uma corrente de ferro com onze elos, uma garrafa de aguardente e onze búzios abertos. No dia seguinte surgiu o Odu OWARIN, que pariu EXU ÒLA, rei dos Exus, que passou a servir OLODUMARE em seus desejos.
HISTÓRIA DA FECUNDAÇÃO DO ODU EJILAXEBORÁ
O Reino de OYÓ se achava em péssimas condições. As intempéries da natureza fustigavam o local trazendo pânico aos seus habitantes.
Um dos OBÁS de XANGÔ, condoído com a situação do povo, resolveu procurar um BABALAWÓ. Este, consultado, narrou ao OBÁ que a ira de OLODUMARE castigava aquele reinado e que havia necessidade de fazer oferendas. Voltando ao Reino, o OBÁ falou com os outros OBÁS e estes por sua vez resolveram fazer a tal oferenda. Acenderam uma enorme fogueira e próximo a ela colocaram uma gamela de madeira com doze quiabos, doze pedrinhas brancas, um par de chifres de carneiro, doze argolas de cobre, doze xéres, doze oxês, doze ímãs, doze favas de alibé, tudo sobre doze punhados de areia do mar. No dia seguinte, quando a fogueira se apagou, surgiu um belo príncipe que ao ser indagado disse chamar-se EGILA XEBORÁ, nascendo com ele XANGÔ ARAUREM (hoje não mais cultuado) que gerou LOGUN-EDÉ.
HISTÓRIA DA FECUNDAÇÃO DO ODU EJIOLIGBAN
Uma IYAMI AJÉ, Mãe feiticeira, habitante de uma lagoa de água doce, sentindo-se muito só, viu a necessidade de criar para si uma companhia.
Sobre uma pedra no meio da lagoa, forrou um pano azul e um pano vermelho, sobre os panos colocou uma panela de barro, treze cabacinhas, treze pinhas, treze argolas de cobre, um obi, um orobô, treze bandeirolas brancas, treze eguidis, treze ikos, treze vinténs de cobre e treze ímãs, cobrindo tudo com palha da costa.
No amanhecer do outro dia, coberto pelos primeiros raios do sol, surgiu um ser trazendo em suas mãos uma foice de metal e disse chamar-se Odu EGILIOGBAN, filho de IYAMI AJÉ em conseqüência trazendo consigo AJÉ, o que o tornava perigoso, mensageiro das calamidades da morte.
HISTÓRIA DA FECUNDAÇÃO DO ODU IKÁ
A fecundação histórica deste Odu fala que seu aparecimento foi para destruir ISELÉ, ele significa a destruição do homem ou sua ascensão.
ISELÉ, achou-se muito importante perante ORUNMILÁ, motivo pelo qual foi destruído por IKÁ.
HISTÓRIA DA FECUNDAÇÃO DO ODU OBEOGUNDÁ
Este Odu é feminino, foi gerado de acaçás brancos e amarelos, próximo de uma montanha de minério de ferro. Veio pôr fim a uma guerra entre irmãos.
HISTÓRIA DA FECUNDAÇÃO DO ODU ALÁFIA
ALÁFIA significa a parte positiva de cada Odu, quando se faz uma súplica à ORUNMILÁ, quer dizer que se está fazendo pedido a uma força superior. Este Odu foi gerado sem pecado original. ção

PRESSÁGIO DOS ODÚS 
        Odus são presságios, destinos, predestinação. Os odus são inteligências siderais que participaram da criação do universo; cada pessoa traz um odu de origem e cada orixá é governado por um ou mais odus. Cada odu possui um nome e características próprias e divide-se em "caminhos" denominados "ese" onde está atado a um sem-número de mitos conhecidos como Itàn Ifá. Os odus são os principais responsáveis pelos destinos dos homens e do mundo que os cerca. Os Orixás não mudam o destino da vida e sim executam suas funções dentro da natureza liberando energia para que todos possam dela se alimentar, o odu é o caminho, a existência do destino o qual o Orixá e todos os seres estão inseridos. Cada pessoa pode ir de encontro ou seguir um caminho alheio ao destino estabelecido, isso nós dizemos que a mesma está com o odu negativo, ou seja: seu destino sua conduta foge as regras siderais (seguiu um caminho negativo dentro do estabelecido). Nós quando nascemos, somos regidos por um odu de ori (cabeça), que representa nosso "eu" assim como odu de destino, etc. O destino das pessoas e tudo o que existe podem ser desvendados por meio da consulta a Ifá, o oráculo, que se manifesta pelo jogo. Ifá tem seu culto específico e o mais alto cargo do culto de Ifá é o de Oluwô, título concebido a alguns Babalaôs. Ifá é o Orixá da adivinhação e para tudo e deve ser consultado. Existem alguns tipos de jogo: o de Opelé Ifá, o rosário de Ifá, o jogo de búzios, etc. No jogo de búzios (Erindilogun) quem fala é Exu.  São dezesseis búzios que podem ser jogados também pelos Babalorixás e Ialorixás. A consulta a Ifá é uma atividade exclusivamente masculina, mas as mulheres passaram a poder pegar nos búzios porque oxum fez um trato com exu, conseguindo dele permissão para jogar. O jogo de Opelé Ifá baseia-se num sistema matemático, em que se estabelece 256 combinações resultantes dos 16 odus usados no jogo de búzios multiplicado por 16. Nada se faz sem que antes se consulte o oráculo, quanto mais séria a questão a ser resolvida, maior a responsabilidade da pessoa que faz o jogo.

NOTA: no Batuque é comum utilizar o jogo de búzios pelo método de consulta a orixá, utilizando-se um rosário onde se consultam os orixás conforme as caídas dos búzios. Costuma-se jogar com 8 ou 16 búzios para se fazer à leitura. Nada impedindo aos mesmos que utilizem também o jogo pelo método de Ifá, desde que os zeladores conheçam profundamente as caídas de odus, os egbós, fundamentos e segredos referentes a cada odu.

Calcula-se o seu Odu de placenta somando todos os números da data de nascimento. O resultado desta soma tem a vibração de elementos e orixás determinados, com lendas e arquétipos. 
Por exemplo: uma pessoa que nasceu no dia 28 de dezembro de 1982.
2 + 8 + 1 + 2 + 1 + 9 + 8 + 2 = 33  ...  3 + 3 =  6  (Obará)



          1. Òkánràn
  
          3. Étàògúndá


          5. Òsé
  
          7. Òdí


          9. Òsá
10. Òfún
  
          11. Òwónrín


          13. Ejíologbón
14. Iká
  
          15. Ogbèògùndá
16. Aláfia
EBÓS D' ODÚ 

EBÓ DE OKANRAN MEJI:

Um peixe fresco,Um carretel de linha branca, um de linha vermelha e um de linha preta;
um punhado de cinzas de carvão, um charuto, um obi, uma cachaça, ½ dendê, ½ mel e
um akunko(Galo) preto.

Passa-se tudo no corpo e arruma-se dentro de um alguidar. As linhas são desenroladas passando sobre os ombros da pessoa, de trás para frente e vão sendo jogadas dentro do alguidar. Sacrifica-se o akunko para Egun e coloca-se dentro do alguidar.
Cobre-se tudo com epô, oti mel, espalha-se as cinzas por cima e despacha-se numa estrada de movimento.

EBÓ DE EJIOKO

Um akunko, duas penas de papagaio, dois aros de ferro, dois obís, duas favas de ataré, dendê, mel, oti e pó de efun. Passa-se o akunko no cliente e sacrifica-se para Exú. Arruma-se tudo dentro de um alguidar e deixa-se diante de Exú de um dia para o outro. As penas e os aros de ferro ficam no Exú, o resto é despachado no lugar indicado pelo jogo.

EBÓ DE ETAOGUNDÁ

Um akunko; um peixe fresco; um pedaço de carne bovina; oti; epô pupá; mel; um pano preto. Passa-se tudo no corpo do cliente, sacrifica-se o akunko para Exú; embrulha-se tudo no pano e despacha-se no lugar determinado pelo jogo.

EBÓ DE IROSUN MEJI

Quatro omo adie ou akunko kekere, um flecha, um bastão de madeira, quatro tipos diferentes de cereais torrados. Passa-se tudo no corpo do cliente e coloca-se o bastão e a flecha nos pés de Exú e os cereais dentro de um alguidar. Sacrificam-se os omo adie para Exú e colocam-se dentro do alguidar, por cima dos cereais. Despacha-se em água corrente. (A flecha e o bastão ficam para sempre com Exú).

EBÓ DE OXE MEJI

Um peixe vermelho, cinco búzios, cinco ovos, cinco obís, cinco folhas de akokô, uma cabaça e areia de rio. Corta-se a cabaça no sentido horizontal e coloca-se areia de rio dentro. Passa-se o peixe na pessoa e arruma-se dentro da cabaça, sobre a areia. Passam-se os demais ingredientes e vai-se arrumando em volta do peixe, dentro da cabaça. (Os ovos são crus e não podem ser quebrados). Tampa-se a cabaça com sua parte superior e embrulha-se com um pano colorido. Pendura-se o embrulho no galho de uma árvore na beira de um rio.

EBÓ DE OBARA MEJI

Um akunko, uma adie, seis abaninhos de palha, seis obís, seis acaçás, um pedaço de corda do tamanho da pessoa, um alguidar grande, mel, oti, epô, seis velas. Passa-se tudo na pessoa e sacrificam-se  para Exú. Colocam-se tudo dentro do alguidar (o akunko por cima da adie), arruma-se as demais coisas em volta e a corda ao redor de tudo (dentro do alguidar). Cobre-se com mel, epô e oti e acendesse as velas em volta. Este ebó tem que ser feito e arriado nos pés de uma palmeira.

 EBÓ DE ODI MEJI

Uma adie carijó, sete espigas de milho verde, sete tipos diferentes de cereais torrados, sete chaves, sete moedas e sete pedaços de rapadura.
Passa-se tudo na pessoa e arruma-se dentro de uma panela ou alguidar de barro. Sacrifica-se a adie em cima do ebó e coloca-se o seu corpo sobre ele. Despacha-se num caminho de subida (no início da subida).

EBÓ DE EJIONILE

Uma adié branca, uma vara de madeira do tamanho da pessoa, canjica cozida, oito ovos crus, um pedaço de pano branco, oito acaçás, oito búzios, algodão em rama e um alguidar. Passa-se tudo no corpo do cliente e arruma-se no alguidar que já foi anteriormente forrado com algodão. Amarra-se o pano na vara de madeira que deve ser fincada no solo como uma bandeira. Arreia-se o alguidar com o ebó na frente da bandeira. Passa-se a adie no cliente, com muito cuidado para não machucá-la, apresenta-se a Exú e solta-se com vida. Este ebó é para ser feito num lugar bem alto, de frente para o local onde nasce o Sol, de manhã bem cedo.

EBÓ DE OSÁ MEJI

Um akunko, nove agulhas, nove taliscas de dendezeiro, nove bolos de farinha, nove cabacinhas pequeninas, nove acaçás, nove grãos de ataré, nove moedas, nove penas de ekodidé, algodão, pó de efun e um alguidar. Sacrifica-se o akunko para Exú e coloca-se dentro do alguidar. Arruma-se tudo em volta do akunko. Nas pontas das taliscas de dendezeiro, enrola-se um pouco de algodão como se fosse um cotonete. Molha-se o algodão enrolado nas taliscas, no ejé do akunko e depois passa-se no pó de efun. As taliscas e as penas de ekodidé não vão dentro do alguidar, devem ser espetadas no chão, formando um círculo ao redor do mesmo, no local em que for despachado. Neste ebó não se passa nada no corpo do cliente. Despachar na beira da praia sem acender velas. Na volta, todas as pessoas que participaram têm que tomar banho de folhas de elevante e defumar-se com pó de canela.

EBÓ DE OFUN MEJI

Uma tigela branca grande, canjica, uma toalha branca, dez velas brancas, dez acaçás, um obi de quatro gomos, água de flor de laranjeira, pó de efun, algodão em rama e um igbín vivo. Leva-se tudo ao alto de uma montanha e ali, embaixo de uma árvore bem copada, faz-se o seguinte: Primeiro reza-se a saudação de Ofun Meji, depois, forra-se o chão com a toalha branca; no meio da toalha, coloca-se a tigela com a canjica, coloca-se os quatro gomos do obi sobre a canjica, um de cada lado; coloca-se os dez acaçás em volta da tigela; em cada acaçá espeta-se uma vela, cobre-se a tigela com o algodão, derrama-se sobre ele a água de flor de laranjeira e cobre-se com o pó de efun. Passa-se o igbín na pessoa e manda-se que ela o coloque, com suas próprias mãos sobre a tigela. Derrama-se um pouco de água de flor de laranjeira sobre o igbín que deverá permanecer vivo. Só então acende-se as velas e faz-se os pedidos. A cada pedido formulado diz-se: “Hekpa Babá”. Na volta para casa deve-se falar o mínimo necessário e, a pessoa que passou pelo ebó tem que guardar resguardo de dez dias e vestir-se de branco durante o mesmo período.

EBÓ DE OWÓNRIN MEJI

Dois obís, duas solas de sapatos velhos (da própria pessoa), dois bonequinhos de pano, dois pedaços de pano, sendo um branco e um amarelo, uma casinha de cera, duas pencas de bananas, dois saquinhos de confete, e um akunko para Exú. A roupa que a pessoa estiver vestindo na hora do ebó, tem que sair no carrego, que será despachado nos pés de uma árvore frondosa. Feito o ebó, o cliente se vestirá de branco por dois dias.

EBÓ DE EJILA XEBORA

Um akunko, dois irelês, doze folhas de babosa, doze pedacinhos de ori-da-costa, doze pedaços de coco seco, doze grãos de ataré, um alguidar, doze folhas de mamona, doze búzios, um charuto de boa qualidade, dendê, mel, oti, pó de peixe defumado, pó de ekú defumado, doze grãos de lelekun e pó de efun.
Sacrifica-se o akunko para Exú e coloca-se dentro do alguidar. Passa-se no corpo do cliente e vai-se arrumando no alguidar, em volta do akunko, as folhas de babosa e os búzios. Rega-se com mel, oti e dendê, cobre-se com pó de peixe e pó de ekú. Pega-se as folhas de mamona e, sobre cada uma delas coloca-se um pedaço de coco, em cima de cada pedaço de coco um pedacinho de ori, um grão de ataré e um de lelekun e com isto se faz doze trouxinhas. Passam-se as trouxinhas no cliente e vai-se arrumando no alguidar. Por fim, passa-se os Irelês e solta-se com vida. O ebó é arriado dentro de uma mata e o charuto, depois de aceso, é colocado em cima de tudo.


EBÓ DE EJIOLOGBON

Um peixe fresco, 13 pãezinhos, um alguidar, um pedaço de pano preto, um pedaço de pano branco, pó de peixe e de ekú defumado, dendê, mel e vinho tinto. Passa-se o peixe na pessoa e coloca-se dentro do alguidar, passa-se os pães na pessoa e arruma-se em volta do peixe. Rega-se tudo com mel, dendê e vinho. Salpica-se os pós sobre tudo. Passa-se o pano preto nas costas da pessoa e coloca-se dentro do alguidar. Passa-se o pano branco na frente e com ele embrulha-se o alguidar. Despacha-se nas águas de um rio ou de uma lagoa.

EBÓ DE IKÁ MEJI

Um akunko, duas quartinhas com água, 14 grãos de milho, 14 grãos de ataré, 14 favas de bejerekun, 14 grãos de lelekun, um alguidar, um pano branco, 14 moedas, uma mecha de pavio de lamparina, um obi, um orógbó, 14 ovos e 14 acaçás.
Enchem-se as quartinhas com água de poço, sacrifica-se o akunko para Exú e arruma-se no alguidar. Passa-se os demais ingredientes na pessoa e vai-se arrumando dentro do alguidar, (os ovos são quebrados). Derrama-se a água das quartinhas, uma sobre o ebó e a outra na terra. Despacha-se em água corrente. (As quartinhas não precisam ser despachadas).
 

EBO DE OGBEOGUNDA

Um alguidar cheio de pipoca, dentro do qual se sacrifica um akunko branco. No mesmo alguidar coloca-se: Um orógbó, um obi, uma fava de ataré, mel, dendê, vinho branco, uma faquinha pequena, um caco de louça, uma pedra de rua, uma pedra de rio, uma pedra do mar e um bonequinho. Arreia-se tudo num caminho de terra que saia num rio. Não se passa nada no corpo do cliente e é ele quem deve arriar o ebó e fazer os pedidos enquanto acende 14 velas ao redor. (Os pedidos são feitos a Exú).

EBÓ DE EJIGBE OU ALÁFIA

Um peixe pargo, um prato branco fundo, um obi branco de quatro gomos, canjica, 16 moedas, 16 búzios, efun e mel de abelhas. Passa-se o peixe no corpo do cliente e coloca-se no prato onde já se colocou a canjica. Arrumam-se as moedas e os búzios em volta. Abre-se o obi e coloca-se um pedaço em cada lado. Rega-se tudo com mel de abelhas e cobre-se com pó de efun. Entregar num local com bastante sombra, dentro de uma mata. Resguardo de 24 horas. 

EJIONILE


8 búzios abertos                                                                               Responde: OSOGUIAN



EJIONILE

1º) OLANFIM


Ebó


8 palmos de morim
89 bolas de arroz e 8 de inhame
8 moedas brancas
8 ovos
8 folhas de colônia
8 acaçás

Procedimento: passar tudo na pessoa e fazer  uma trouxa com tudo dentro após passar na pessoa. Colocar no mato.


2º) ODOLUÁ

Ebó

1 cabaça
5 cabacinha
8 varas de atori de algodão
8 moedas
8 cavalos-marinhos
8 acaçás
8 bolas de inhame
Um punhado de ebô (canjica)
Areia do mar
Água do mar

Procedimento: fazer uma estrela desenhada no chão: colocar “no centro a cabaça grande aberta, colocar tudo dentro e as 8 cabacinha em volta: encher com água do mar. No desenho no chão cobri-lo com areia do mar também.




3º) KUDIRÉ


Ebó

1 mt morim branco
1 ebô
1 tijela de arroz
1 inhame – acará cozido
8 acaçás
8 moedas
1 prato branco
1 pedaço de cristal de rocha

Procedimento: passar na pessoa o ebô, o arroz, e limpá-la bem com o morim. Em seguida, coloque no prato o inhame cozido amasiado, coloque os 8 acaçás em volta do inhame e a pedra de cristal cravada no inhame. Colocar em uma cachoeira quando o sol estiver se pondo, seja, vem à tardinha. Pedir tudo ao ODÚ.


4º) SAGRIN

Ebó

8 pombos brancos (erelé)
8 moedas
8 gemas de ovo
8 folhas de peregun


Procedimento: colocar nas mãos da pessoa uma gema, em cada mão espalmada. Passar de cada vez os 2 pombos e soltá-los. 2 moedas e jogá-las. 2 folhas de peregun (bata no corpo) e jogar, e as duas gemas que estão nas mão jogue-as também. Renove tudo outra vez até completar tudo, ou seja, 4 vezes.
Limpe as mãos e venha embora. NO MATO.


5º) EBUIM

Ebó

1 bacia de ágata
8 pedras brancas
8 búzios
8 moedas
1 estrela-do-mar
8 conchas
8 peixinhos do rio
Água limpa


Procedimento: deixar em casa em lugar alto (acima da cabeça), durante 8 dias, a contar de um Sábado. Findos os oito dias, levar tudo a uma cachoeira de água limpa e lançar tudo nas águas. Acender uma vela de cera e pedir tudo que desejar ao ODÚ.


6º) SAMANDI

Ebó

1 tigela branca
9 argolas brancas
9 acaçás
9 ovos cozidos
1 obi
9 folhas de loros
9 bolas de arroz
1 ebô
9 velas
Mel – azeite doce


Procedimento: arrumar tudo na tijela, levar em uma praça pública que tenha jardim. Acender as 9 velas em volta.



7º) ODÃ


Ebó

1 inhame do norte cozido
9 folhas de mamona
9 ovos
9 acaçás
9 ekurus
1 farofa de dendê
1 frango branco
1 mt de morim vermelho
Mel
Azeite doce
Azeite de dendê


Procedimento: amassar o inhame cozido, misturar com azeite doce e de dendê; colocar as 9 folhas de mamona no chão, colocar nelas um pouco de farofa em cada uma, 1 ovo em cada uma, 1 acaçá em cada uma, 1 ekuru em cada uma. As folhas são colocadas em formam de ferradura e a pessoa fica dentro dela, ou seja, dentro do círculo; embrulha as folhas, vai passando nas pessoas e colocando no morim. O frango é também passado na pessoa e despachado tudo; o frango vivo e o embrulho no morim do ODÚ. Tudo isto vai para o MATO, beira do rio!


8º) LEJÓ


Ebó

1 abóbora de pescoço
9 obesa
9 orobôs
1 imã
1 ferradura
9 búzios
9 conchas
9 acaçás
Mel
Ebô (canjica)


Procedimento: abrir a abóbora ao meio no sentido horizontal: colocar nela tudo arrumado: jogar por cima mel.
NOTA: despachar em um jardim com uma vela acesa.



9º)  OGBO

Ebó

1 pombo branco
1 igbin branco
1 obi
1 orobô

Procedimento: levar a pessoa no mar em noite de lua cheia: olhar o mar e a  lua levando o obi e o orobô em cada mão; passa-o no corpo e joga-os nas águas do mar. O igbin e o pombo mostra-os a lua e solta o pombo para o ar e o igbin nas águas.
Diga para a lua e para o mar que o que você está entregando possa lhe trazer tudo de bom e progresso.


10º) NEKERENDE

Ebó

1 cesto
9 espelhos
9 bolas de arroz
9 espigas de milho
9 acaçás
1 kg de uva branca
9 pêras
9 maçãs
1 ebô
Deburu
9 pentes
9 rosas brancas
8 obis
Mel
1 mt morim branco



Procedimento: arrumar tudo dentro do cesto, levar em uma beira de cachoeira, colocar a toalha no chão e arriar o balaio. Oferecer ao ODÚ ASSA NEKERENDE MEJI. Pedir o que desejar.


11º) NISSEIÓ

Ebó


1 rã
1 búzio
1 concha
1 vintém
1 acaçá
9 ovos cozidos

Procedimento: levar a pessoa na beira de uma lagoa, conversar com a rã pedir tudo que precisa, solta na água, passa tudo no corpo, o búzio, o concha, o vintém, o acaçá e os ovos, coloque na beira da lagoa e peça tudo que desejar.



12º) MONEANJI

Ebó

1 alguidá 7 bonecas de pano
7 fios de palha da costa
13 ekidis
13 vinténs
13 acarajés
13 ekurus
13 obis
13 orobôs


Procedimento: amarrar cada boneca com 1 fio de palha da costa e 1 obi e 1 orobô: colocar em pé na borda do alguidá. Arrumar o restante e oferecer ao ODÚ MONEANJI ODILOBÃ em uma cachoeira.


13º) TAPILEKUN

Ebó

1 saco de morim branco
13 varinhas atore de amora
13 moedas
13 búzios
13 acaçás
1 orobô
13 espigas de milho
7 folhas de mostarda
13 ekidis
ebô
Deburu
7 mts de fita nas cores: branca e roxa (com 1 mt cada0.

Procedimento; passar tudo na pessoa, amarrar as varas atoris com as fitas enfeitando-as; amarrar a boca do saco, atravessando as varinhas na boca do saco, levar e oferecer a EJIOLOBANTAPILEKUN na beira da lagoa. Acender 1 vela.



14º) ONIA

Ebó

1 frango branco
Ebô (canjica)
1 deburu
1 mt morim vermelho
9 côcos
9 acaçás
9 velas
9 bolas de farinha e 9 de arroz



Procedimento: passar o frango na pessoa e soltá-lo no mato. Arriar no mesmo local o pano. Os 9 côcos abertos e dentro deles colocar um acaçá, 1 bola de arroz. 1 farinha, o deburu e o ebô. Acenda as 9 velas e enfeite e obrigação e venha embora.



15º) OBAKARÓ

Ebó

1 gamela
1 ebô
9 búzios
9 conchas
Milho cozido
9 imãs
9 moedas
9 fitas com 9 cores
Mel

Procedimento: arrumar tudo dentro da gamela, enfeitar com as fitas e oferecer no alto de uma árvore na cachoeira.


16º) BONIATÁ


Ebó

1 cesto
1 abacaxi
14 bananas da terra
14 acaçás
14 frutas-de-conde
folhas de melão de São Caetano
1 melão
1 mamão
14 ovos cozidos
Uvas moscatel e branca
14 mts de fita nas cores


Procedimento: forrar o cesto com as folhas do melão de São Caetano e arrumar o restante a gosto. Arriar e oferecer ao ODÚ no mato.



oloje iku ike obarainan


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